TCE exonera cunhado de deputado em SP

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Por Redação
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O Tribunal de Contas do Estado (TCE) exonerou ontem o advogado Rogério Auad Palermo, citado em investigação sobre nepotismo cruzado envolvendo seu cunhado, o deputado estadual paulista Fernando Capez (PSDB), e o ex-conselheiro Eduardo Bittencourt Carvalho. A demissão de Auad será publicada hoje no Diário Oficial, conforme decisão inapelável do Pleno do TCE, colegiado integrado por todos os conselheiros da corte.Auad chegou ao TCE em novembro de 2009 para exercer em comissão e "em jornada completa de trabalho" o cargo de assessor técnico procurador. Três meses depois foi deslocado para o gabinete de Bittencourt, alvo de uma devassa da Procuradoria-Geral de Justiça, que o acusa de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito - no período em que permaneceu no TCE, o conselheiro teria amealhado fortuna de US$ 50 milhões.Na mesma época em que Auad passou a integrar a equipe de confiança de Bittencourt, um cunhado do então conselheiro, Joel Soares Junior, foi nomeado por Capez para o posto de assessor especial parlamentar. Joel é irmão de Jackeline Soares, companheira de Bittencourt, também sob suspeita da Procuradoria.Mesmo no TCE, Auad continuou fazendo o papel de cabo eleitoral de Capez na página do Instituto Brasil Verdade, "uma organização da sociedade civil reconhecida como Oscip, sem fins lucrativos, apartidária, independente e democrática, que objetiva promover a educação e a democratização da informação sobre os direitos e deveres dos brasileiros". "O IBV vai divulgar o excelente e honesto trabalho do deputado Fernando Capez", diz texto atribuído a Auad, intitulado "O bom trabalho do dep. Capez". O tucano afirma que não indicou o cunhado para o TCE. "Não pedi, não me interessei, não fiz gestão, não indiquei." Segundo Capez, foi o cunhado quem indiciou Joel para compor sua equipe na Assembleia. "A pessoa que indicou (Joel) ao Rogério pode ter algum tipo de relacionamento com o Bittencourt. Como é que eu vou saber? Acho difícil que seja uma coincidência. Agora, não tenho como avaliar qual o relacionamento privado das pessoas que trabalham comigo." / FAUSTO MACEDO e FERNANDO GALLO

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