Skaf sobe em palanque, pede votos e assessoria nega comício

Legislação eleitoral proíbe comícios na antevéspera da votação; equipe do peemedebista afirmou que se tratava de um 'encontro'

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

Atualizada às 18h10 EMBU-GUAÇU - O candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, subiu em palanque, discursou e pediu votos, nesta sexta-feira (3), em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Ele dividiu o palanque com o prefeito peemedebista Clodoaldo Leite da Silva, e com candidatos a deputado estadual e federal que também pediram votos para Skaf - entre eles o deputado estadual Jorge Caruso, candidato a um novo mandato. A legislação eleitoral proíbe comícios 48 horas antes da eleição. O palco foi montado no pátio da paróquia de Santa Terezinha, que tem grades, mas o portão era largo e estava aberto. O acesso das pessoas que estavam na praça, atraídas pelo evento, era livre. Nos discursos, Skaf e os demais políticos criticaram de forma veemente o governador Geraldo Alckmin, líder nas pesquisas e com possibilidade de vencer no primeiro turno. "Não vamos nos influenciar pelas pesquisas que estão aí. Temos as nossas e só faltam dois pontinhos. Preciso que vocês se multipliquem para levar esta eleição para o segundo turno", pediu Skaf.

Candidato do PMDB ao governo do Estado segue agenda de campanha nesta sexta, 3. Foto: José Maria Tomazela/Estadão

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Indagado, o candidato negou que o evento fosse um comício. "Não era uma praça pública, era um estacionamento e aquele palanque já estava lá, não foi feito para o evento. Todos os que estavam lá eram militantes", disse. O local estava sendo usado para uma feira da paróquia, com portões abertos. Um grupo da terceira idade estava na plateia e um dos idosos, o pintor Antonio Donizete, subiu ao palco para dar um quadro seu de presente a Skaf. Houve queima de fogos na chegada do candidato e havia carros de som. A assessoria de imprensa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o órgão analisará o caso se houver denúncia. A reportagem flagrou garotas de 15 e 16 anos distribuindo santinhos de Skaf com o deputado Caruso na entrada do evento do PMDB. As meninas disseram ter sido contratadas pelo deputado para trabalhar até a eleição e estavam recebendo R$ 25 por dia. Logo após a conversa com o repórter, elas foram advertidas por uma coordenadora e mudadas de função, passando a agitar bandeiras. Indagado, Caruso disse não ter conhecimento do fato. "Não estou sabendo, só sei que não contratei. A campanha está muito grande e a gente perde o controle", alegou.

Maratona. Em segundo lugar nas pesquisas, mas distante do primeiro colocado, Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição, Skaf percorreu quatro cidades da Grande São Paulo e encerrou o dia no bairro Grajaú, na zona sul da capital. Ele fez caminhadas em Itapecerica da Serra, Embu das Artes e Taboão da Serra, conversando com eleitores. Em Itapecerica, recebeu o apoio do prefeito do seu partido, Amarildo Gonçalves, e aproveitou para dizer que o governador mente quando diz que os prefeitos do PMDB estão com ele. "Ele mentiu também quando disse que as obras do monotrilho não estão paradas. Sobrevoei hoje lá e não tem obra nenhuma."

Skaf se disse com a consciência tranquila de ter feito o possível e com esperança em um segundo turno. "Vou trabalhar até o último minuto. Segundo turno é outra coisa, é o confronto entre dois candidatos." Também disse ter feito uma campanha limpa. Perguntado se a campanha dos adversários também havia sido limpa, esquivou-se. "Se não jogaram limpo é problema deles, eu olho só as coisas boas." 

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