PUBLICIDADE

Sindicalistas declaram apoio à Dilma, mas criticam governo

Em encontro com Lula, grupo cobra mais diálogo e participação em discussões de temas de interesse dos trabalhadores

Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Atualizado às 18h48 - São Paulo - Em encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta segunda-feira, um grupo de 34 sindicalistas da Força Sindical anunciou apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Apesar do apoio declarado, os sindicalistas aproveitaram o encontro com Lula para criticar a falta de interlocução com o governo e pedir ajuda ao ex-presidente para criar canais de diálogo com Dilma.

PUBLICIDADE

"Viemos mostrar para a sociedade que a Força é suprapartidária e também apoia a candidatura da presidente Dilma e pedir um compromisso em relação à pauta trabalhista que consiste basicamente em mudanças na previdência, mais saúde, emprego e diálogo porque faltou um pouco este diálogo e aprimorar isso seria fundamental", disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Segundo relatos de participantes do encontro, Lula concordou com o diagnóstico e prometeu defender os interesses dos sindicalistas junto à coordenação da campanha. O primeiro passo será a criação de um comitê sindical de apoio à Dilma com representantes das sete maiores centrais sindicais, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB. A ideia é fazer um evento com a presença de Dilma no início de agosto.

Os sindicalistas reclamaram que muitas vezes Dilma tem tomados medidas defendidas pelas centrais mas, devido à falta de canais de conversa, perda as oportunidades de capitalizar politicamente as ações.

"A decisão de direcionar 10% do orçamento para a educação, a criação dos Conselhos de Participação Popular e outras ações do governo fazem parte da pauta trabalhista mas foram tratados como se fossem coisa só do governo. Agora temos que sair correndo para divulgar isso. O governo falha nisso", disse o presidente da Federação dos Químicos de São Paulo, Sérgio Luís Leite.

Os sindicalistas também cobraram o fim do fator previdenciário e a inclusão dos trabalhadores nas negociações sobre desonerações setoriais de folhas de pagamento. "O governo só tem conversado com os empresários. Queremos que ela (Dilma) cobre mais contrapartidas antes de autorizar as desonerações", disse Sérgio Leite.

Embora o presidente licenciado da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (SDD), o Paulinho, tenha se aliado a Aécio Neves (PSDB), dirigentes ligados a outros partidos decidiram apoiar Dilma. Entre os 34 presentes à reunião com Lula havia sindicalistas filiados ao PT, PDT, PMDB e até ao PPS, partido que integra a aliança de Eduardo Campos (PSB). 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.