PUBLICIDADE

Sem Alckmin, governo é alvo em 1º debate de TV

Com governador internado em razão de infecção no intestino, seis candidatos ao governo de São Paulo participaram de programa morno, em que os principais temas discutidos foram a crise hídrica e a segurança pública; Skaf e Padilha evitam críticas entre si

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Ausente no primeiro debate da campanha pelo Palácio dos Bandeirantes, na TV Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi ontem o principal alvo dos ataques de seus principais adversários, Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT). Skaf e Padilha evitaram ataques entre si. Com o excesso de participantes - eram seis -, as críticas ao governador tucano, porém, se diluíram. Morno, o encontro não teve nem pedidos de direito de resposta. 

Logo no início do programa, o apresentador Boris Casoy informou que Alckmin não participaria em razão de uma infecção intestinal. O tucano está internado no Instituto do Coração. O apresentador acrescentou: “sem previsão de alta” - o quadro é de melhora, mas o secretário estadual da Saúde, David Uip, disse à tarde que o tucano estava sentindo dores e sem comer há dois dias. 

PUBLICIDADE

Além de Skaf e Padilha, participaram do debate, o primeiro da TV nessas eleições, Gilberto Maringoni (PSOL), Gilberto Natalini (PV), Laércio Benko (PHS), Paulo Skaf (PMDB) e Walter Ciglioni (PRTB).

No primeiro bloco, todos os candidatos responderam à mesma pergunta: “Qual o principal ponto de seu programa de governo e qual a primeira medida efetiva para concretizá-lo?” Padilha aproveitou a deixa para atacar Alckmin já em sua primeira participação. Disse que seu primeiro ato seria criar o “Agiliza São Paulo”, um programa para colocar em prática todas as promessas que o atual governador fez na campanha de 2010 “e não concretizou”. Citou como exemplo a linha 4 do Metrô, na capital, “que estaria pronta em 2011.”

Skaf não citou o nome do governador de início, mas também assumiu tom crítico em relação à atual gestão. “Durante essas duas horas do debate, quatro mulheres serão estupradas e três pessoas serão mortas ou esfaqueadas”, afirmou o peemedebista, que focou seus ataques na área da segurança pública.

Na área das promessas, o candidato peemedebista focou a implantação de um programa de ensino integral, inspirado nas escolas do Sesi, rede mantida com a arrecadação de contribuições do setor industrial e organizada pela Fiesp, entidade da qual Skaf é presidente licenciado.

Corrupção. Ao fazer sua primeira pergunta, Gilberto Natalini citou escândalos com envolvimento de integrantes do PT e perguntou a Padilha o que faria para evitar que a corrupção contaminasse um eventual governo seu, em caso de vitória. 

Publicidade

“Sempre tive uma postura de combate a qualquer tipo de malfeito”, respondeu o petista, que aproveitou para lembrar do cartel de trens, que atinge os tucanos. “Quero ter uma postura diferente do atual governo e do PSDB, que durante 20 anos conviveu com o escândalo do trem e do metrô”, afirmou Padilha. “Um dos envolvidos nesse escândalo virou conselheiro do Tribunal de Contas, colocaram a raposa para cuidar do galinheiro”, afirmou, referindo-se ao conselheiro Robson Marinho, que foi indicado para o cargo no governo Mario Covas e que acabou acusado de receber propina da multinacional Alstom.

A crise hídrica do Estado, que ameaça a população com a falta de abastecimento de água, foi tema de várias intervenções dos participantes. Sem Alckmin para atribuir apenas à falta de chuva a responsabilidade pela situação, os candidatos atacaram a “falta de planejamento” do governo.

Sem Dilma. Em alguns momentos o governo Alckmin era deixado em segundo plano. Num deles, o candidato Laércio Benko cobrou de Skaf uma definição sobre seu voto para a Presidência da República, já que o peemedebista se nega a abrir seu palanque para a presidente Dilma Rousseff (PT), apesar de a petista ter Michel Temer (PMDB) como vice. Skaf respondeu que tanto o PT quanto o PSDB são seus adversários em São Paulo, e disse que seu “voto pessoal” será para Temer. Benko ironizou a resposta e insistiu no questionamento, mas Skaf apenas repetiu a resposta, sem citar o nome de Dilma. Tudo para não ser associado à presidente da República.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.