Se apoiar o PT, eu sou um maluco, diz Skaf no interior de SP

Candidato do PMDB ao governo paulista se nega a falar o nome de Dilma durante visita a Franca e Kassab sugere que ele pare de falar sobre apoiar a campanha da reeleição da presidente

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Por Rene Moreira
Atualização:
Segundo ele, o PT tem candidato a governador e é tão adversário quanto o PSDB Foto: René Moreira/Estadão

Franca - O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, o empresário Paulo Skaf, se viu numa situação complicada neste sábado, 26, ao ser questionado sobre a relação de sua campanha com o PT, aliado de seu partido em nível nacional. O peemedebista se nega a apoiar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência, mas tenta evitar atrito porque acredita que fará o segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB) e precisará dos votos dos petistas.

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Questionado pelo Estado sobre como lidaria com situações como as mensagens que têm sido postadas em suas páginas nas redes sociais pedindo distância dos petistas, Skaf disparou: "Eu não preciso lidar com a situação, porque, se apoiar o PT, eu sou um maluco", disse durante entrevista concedida em umhotel da cidade de Franca, onde estava prevista uma caminhada pela região central, cancelada em razão das chuvas. Segundo ele, o partido tem candidato a governador e é tão adversário quanto o PSDB. "A posição da nossa coligação é vencer o PT e o PSDB. Então, pode estar tranquilo que o apoio ao PT eu não darei", afirmou.

O candidato repetiu que está descartada a possibilidade de abrir palanque para a presidente. "O palanque natural da presidente Dilma é o palanque do PT, o partido dela. O eleitor não entende o que é palanque duplo". E completou: "Entendo assim, muito claramente, o PT é um adversário nosso assim como o PSDB. Em relação a palanque duplo, isso confunde o eleitor."

Ao ser indagado que, se apoia mesmo a Dilma, por que evita falar o nome dela, Skaf começou a se irritar. "Eu já falei da nossa posição hoje aqui em São Paulo. O nome da Dilma fala a Dilma...”, alegou. "Entenda a nossa posição- em São Paulo nós somos adversários, então esta é a situação, e eu estou concentrado na nossa eleição", complementou.

Saia justa. A discussão política sobrou até para o candidato ao Senado na chapa do PMDB, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que acompanhava Skaf na visita à região. Durante a entrevista aos jornalistas, uma repórter argumentou que fora o próprio Kassab quem teria dito que o peemedebista apoia a Dilma. "Eu disse que o candidato Paulo Skaf, com a inteligência que tem, vai encontrar ao longo da campanha o ponto de equilíbrio, porque ele tem adversário em São Paulo que é o PT. Portanto, ele é candidato a governador e o PT é adversário dele", interveio.

O candidato do PSD disse entender o interesse da imprensa em abordar uma situação delicada como esta. Em seguida sugeriu ao colega ao lado: "Se eu fosse o candidato Paulo Skaf eu não me manifestaria sobre esse tema, que é polêmico, até porque o PT é adversário dele, então eu não me manifestaria até o momento em que possa encontrar um ponto de equilíbrio que seja compreensível...".

Skaf, por sua vez, acatou a sugestão e pediu para um assessor ao lado acabar com a entrevista. Antes, porém, explicou que não quer polêmica com o PT. "Neste momento vocês sabem muito bem que há uma probabilidade maior de irmos para o segundo turno contra o PSDB. Então, nesse primeiro momento, o adversário é o próprio PT. Primeiro né, para viabilizar o segundo turno... Já tem polêmica demais, não serei eu que irei aumentar isso...", finalizou.

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