BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff vai fazer um discurso de reclamação na abertura Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no próximo dia 24, contra a suspeita de espionagens da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que o Brasil considera que teriam sido movidas por interesses econômicos e comerciais. A informação foi dada ontem pelo governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que estava em Brasília e tomou café da manhã com a presidente no Palácio da Alvorada. Segundo Wagner, Dilma está aguardando uma "resposta satisfatória" para confirmar a sua viagem oficial a Washington, em 23 de outubro, a convite do presidente americano Barack Obama. "A resposta do Obama vai modular o tom do discurso dela na ONU", declarou o governador baiano. "Se até lá não chegar nada, ela vai falar que nós aqui não abrigamos terroristas, não professamos o terrorismo e deixar claro que o que eles estão fazendo é espionagem industrial, que ultrapassa o razoável, que é inadmissível."Esta declaração mostra que no Palácio do Planalto há expectativa de que a resposta de Obama possa demorar mais do o esperado pelas autoridades brasileiras. O Planalto busca "condições políticas" para viabilizar a viagem a Washington. Hoje, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, e a conselheira de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice, se reúnem na capital americana para tratar do assunto.