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'Querem me tirar no tapetão', afirma Arruda

Candidato do PR no Distrito Federal foi condenado por improbidade, mas diz candidatura segue a lei

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Por Ricardo Della Coletta e Ricardo Brito
Atualização:
Mesmo condenado por improbidade ex-governador deve disputar eleições neste ano Foto: Andre Dusek/Estadão

Atualizado às 21h24 - BRASÍLIA -Um dia depois de ter sua condenação por improbidade administrativa confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) do Distrito Federal, o ex-governador José Roberto Arruda (PR) afirmou que a decisão judicial em nada afeta sua nova campanha eleitoral para administrar o DF e alegou que o mensalão do DEM teria sido um “golpe planejado pelo PT.

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“Querem me tirar no tapetão”, afirmou o ex-governador, que foi condenado por ato de improbidade por envolvimento com um esquema de compra de apoio político. Quando administrou o DF, Arruda era filiado ao DEM, daí o nome pelo qual o escândalo ficou conhecido.

O caso veio à tona em 2009, com a divulgação de gravações de vídeos de Arruda e aliados recebendo dinheiro. Ele se tornou o primeiro governador preso no exercício do cargo, deixou o DEM na véspera de ser expulso da legenda e posteriormente foi cassado pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária.

 

Nesta quinta, Arruda alegou que foi alvo de um “golpe” planejado pelo PT e que seu governo foi “criminosamente interrompido”. De acordo com o novamente candidato a governador, as imagens divulgadas são anteriores à sua administração.

 

“O que se julgou ontem (na quarta-feira) é um episódio muito antes do meu mandato. É o mesmo que culpar o presidente Lula por algo que ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso”, disse. Arruda alega que os petistas precisavam criar um escândalo de corrupção que se “contrapusesse ao mensalão do PT” nas eleições de 2010.

 

Ficha Limpa. O ex-governador disse que vai recorrer da decisão do TJ. Independentemente disso, Arruda pode ficar livre do enquadramento da Lei da Ficha Limpa, uma vez que a condenação pelos desembargadores ocorreu depois de ter sido feito o pedido de registro da candidatura. Há divergências de opiniões sobre o momento em que a legislação deve ser aplicada.

 

“Eu sou candidato a governador do DF dentro do que estabelece a legislação brasileira. O registro da minha candidatura foi no dia 5 de julho. A data de corte prevista pela legislação eleitoral e tomada como base em toda a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi respeitada”, disse Arruda.

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O candidato disparou críticas contra Agnelo Queiroz (PT), atual governador que tenta a reeleição. Para Arruda, o DF vive hoje um “apagão de gestão”. Ele acusou Agnelo de promover uma “política do medo”, ao dizer que a candidatura do ex-governador seria barrada pela Justiça.

 

Impugnação.

Para a Procuradoria Regional Eleitoral do DF, Arruda pode não tomar posse para um novo mandato mesmo se for eleito. O entendimento é de que ele pode ser enquadrado na Ficha Limpa até uma eventual diplomação em dezembro. Nos próximos dias, a MP vai decidir se entra ou não com uma impugnação da candidatura do ex-governador. Uma primeira ação para barrar a candidatura de Arruda já foi protocolada ontem pelo PSOL.

 

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