PSOL desaconselha voto em Aécio no 2º turno

Luciana Genro, quarta colocada na primeira etapa da eleição, nega que posicionamento favoreça Dilma e afirma que tucano 'simboliza retrocesso' e petista é 'continuísmo conservador'

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Por Stefânia Akel e Edgar Maciel
Atualização:

Atualizado às 16h18

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São Paulo - Quarta colocada no primeiro turno das eleições, Luciana Genro, candidata derrotada do PSOL à Presidência, afirmou que o partido vai desaconselhar o voto em Aécio Neves no segundo turno. "Essa resolução me parece a mais adequada. Aécio simboliza o retrocesso ao neoliberalismo puro e Dilma é o continuísmo conservador, uma esquerda que não tem mais coragem de defender as bandeiras que sempre defendeu", afirmou. "Vamos liberar nossos filiados tanto para o voto branco, voto nulo, quanto para o voto em Dilma."

Ao ser questionada sobre se seria interessante aconselhar o voto nulo, a candidata respondeu: "Não estamos aconselhando voto nenhum, estamos apenas desaconselhando o voto em Aécio". "Quero deixar claro que o PSOL será oposição a qualquer governo, seja do Aécio seja da Dilma. Não há a hipótese de o PSOL negociar qualquer coisa com qualquer um dos dois", frisou.

Para Luciana, o posicionamento não simboliza um apoio velado a Dilma. "Não existe apoio sem se dizer que está apoiando. Algum dirigente do PSOL pode dizer que apoia a Dilma e a direção do partido autoriza essa possibilidade. Mas o partido não está apoiando", afirmou.

A ex-candidata afirmou ainda que o PSOL deixou a marca da "esquerda coerente" nestas eleições e disse não esperar nada do segundo turno. "Não imagino que vai mudar muito em relação ao que foi o embate entre Aécio e Dilma", afirmou.

Luiz Araújo, presidente do PSOL e coordenador-geral da campanha, disse que a decisão foi tomada pela "amplíssima maioria" do partido, com adesão de cerca de 85%.

Luciana se recusou a declarar seu voto pessoal em respeito à posição tomada pelo partido e disse que vai se reunir com parceiros do Rio Grande do Sul para definir a posição do PSOL na disputa estadual. Lá concorrem José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT), pai da candidata.

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Em 2018. Luciana disse que é muito cedo para falar sobre as eleições de 2018, mas se colocou à disposição do partido para se candidatar novamente. "Se for chamada em 2018 para disputar a Presidência, aceitarei com muito prazer", disse. "Não faço política como carreira nem em busca de cargos. Vou continuar a minha atividade política."

Luciana ressaltou que caso seu pai, Tarso Genro (PT), seja reeleito governador do Rio Grande do Sul, ela estará inelegível no âmbito estadual até 2020, e não quis entrar em detalhes sobre seus planos caso isso não ocorra. Em entrevista recente ao Estadão, porém, a ex-candidata disse cogitar disputar a prefeitura de Porto Alegre em 2016, caso esteja apta.

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