PSDB pode governar mais da metade dos paulistas

Partido terá sob seu comando 44,8% da população de São Paulo, com possibilidade de ir a 52% após o 2.º turno; para dirigentes tucanos, Alckmin sai fortalecido

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Por Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Ao eleger 164 prefeitos no primeiro turno das eleições deste ano, o PSDB já garantiu administrar 44,8% da população de São Paulo a partir de janeiro de 2016. Se confirmar o favoritismo nas cinco cidades em que disputa o segundo turno, no entanto, os tucanos terão sob sua administração mais da metade (52%) dos habitantes do Estado nos próximos quatro anos. 

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Em São Bernardo do Campo, Jundiaí, Santo André, Ribeirão Preto e Franca, candidatos do partido que avançaram terminaram o primeiro turno em primeiro lugar, com pelo menos 12 pontos porcentuais de vantagem em relação ao segundo colocado. 

O secretário-geral do partido, deputado Silvio Torres (SP), lembra que, apesar de ter conquistado quatro prefeitos a menos que em 2012, o PSDB ampliou o número de eleitores que votaram no partido ao vencer em cidades importantes. A principal foi a eleição de João Doria na capital, que reúne mais de 12 milhões de habitantes. “Isso mostra que o PSDB se estruturou melhor neste ano”, avalia.

Segundo ele, os tucanos foram os principais beneficiados dos votos anti-PT. O número de prefeitos eleitos pelos petistas em São Paulo caiu de 70, há quatro anos, para apenas oito neste ano. Pode chegar a nove se Carlos Grana se reeleger em Santo André, Grande São Paulo. 

Torres também atribui o resultado da eleição em São Paulo a uma vitória do governador Geraldo Alckmin, que bancou a candidatura de Doria ante a resistências no próprio partido, o que credencia a legenda a lançar um nome forte na disputa presidencial de 2018, embora evite cravar que este nome será Alckmin. “O PSDB ainda tem um caminho a percorrer sobre este assunto”, afirma. 

Projeto. “Esse é o ponto de partida de um projeto nacional do governador Geraldo Alckmin. O mínimo que um candidato à Presidência deve ter é força em sua base”, diz Fábio Lepique, dirigente do PSDB estadual e ex-assessor de Alckmin, menos comedido do que Torres. 

Para o cientista político José Álvaro Moisés, da USP, a eleição deste ano fortaleceu o projeto nacional de Alckmin e o PSDB em sua pretensão para 2018, mas o sucesso nas urnas não tem efeito automático.“Obviamente beneficia o governador porque foram eleitos prefeitos apoiados por ele, mas é claro que isso não tem necessariamente um resultado mecânico. Em política é muito difícil fazer uma relação direta entre uma coisa e outra.”

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