Programa de Aécio não detalha corte de pastas

Capítulo sobre gestão pública aborda de forma genérica proposta de redução de ministérios; plano para o meio ambiente promete acelerar licenciamento

PUBLICIDADE

Por Roldão Arruda e Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

O candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves não detalhou no capítulo sobre gestão pública do seu programa de governo a quantidade de ministérios e de cargos comissionados a serem extintos. Divulgado nesta terça-feira, 30, o programa aborda o tema apenas de forma genérica: fala somente em diminuir o tamanho do governo. 

PUBLICIDADE

Uma gestão tucana ia, de acordo com o texto, “promover extinções e fusões de Ministérios, com redução do número de cargos comissionados de livre nomeação, de forma a tornar a administração pública mais enxuta e operante.”

Desde o início da campanha, o tucano tem prometido diminuir o tamanho do governo, mas evita falar quais dos 39 ministérios seriam extintos. No horário eleitoral, prometeu que cortaria a quantidade de ministérios pela metade. Com relação aos cargos comissionados, Aécio afirmou ao participar da série ‘Entrevistas Estadão’ que poderia extinguir cerca de 7 mil cargos.

A proposta de cortar ministérios foi criticada pela presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. Eduardo Campos, ex-candidato do PSB, que morreu em um acidente aéreo, também defendia a redução das pastas.

Programa. A campanha de Aécio Neves optou por divulgar o programa de governo em partes e por meio das redes sociais. 

Nesta segunda-feira, 29, ele apresentou as propostas para a sustentabilidade. A promessa de agilizar os licenciamentos ambientais, com a eliminação de demandas burocráticas e cartoriais, foi uma das questões que mais chamou a atenção. 

Na avaliação da coordenadora do Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, é possível destacar dois aspectos positivos no capítulo sobre a questão ambiental de Aécio. O primeiro seria a diversificação da matriz energética. O segundo seria a pulverização das fontes geradoras de energia. 

Publicidade

A especialista fez restrições, porém, à questão da desburocratização do licenciamento: “A flexibilização pode atropelar órgãos que têm que se manifestar sobre a questão indígena, o impacto sobre as comunidades quilombolas, o patrimônio ambiental e material. É uma boa ideia, mas não pode ser conduzida de maneira negativa.”

Segundo Fabio Feldman, coordenador do capítulo sobre sustentabilidade, a proposta do tucano não traz riscos. O que compromete o licenciamento, na avaliação dele, são exigências desnecessárias. “Em todos os lugares só se fala mal do licenciamento. Não é legítimo dizer que quando se fala em agilizar o licenciamento pode-se trazer um comprometimento.” 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.