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Procedimentos do Metrô beneficiaram cartel, diz promotor

Para Marcelo Mendroni, estatal burlou lei de licitações e funcionários vazaram informações privilegiadas a empresas

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Por Redação
Atualização:

Na denúncia criminal contra executivos do cartel de trens referente à Linha 2 (Verde) do Metrô, oferecida anteontem à Justiça, o promotor de Justiça Marcelo Mendroni faz diversas críticas a procedimentos relativos àquela licitação e sustenta que a companhia estatal beneficiou as empresas do cartel.Entre os apontamentos feitos por Mendroni estão vazamento de informações sobre a licitação antes da publicação do edital e burlas à lei de licitações.O promotor afirmou que o cartel teve "acesso privilegiado e indevido" a "informações pormenorizadas sobre o procedimento licitatório, a ponto de combinar previamente os valores e analisar documentos que seriam exigidos na licitação".Segundo ele, funcionários da estatal eram os informantes das multinacionais. "Os integrantes do Metrô eram os únicos que tinham ciência dos dados da licitação, constituindo, muito provavelmente, a fonte de informações do cartel."Mendroni apontou diversas contrariedades à Lei de Licitações, como falta de realização de audiência pública e o aumento, durante a licitação, do teto do valor que estava disposto a pagar. Ele disse que a limitação de 3 empresas por consórcio "favoreceu as empresas integrantes do cartel, com maior tradição no mercado - oligopólio em conluio, capazes de executar projetos complexos sem a necessidade de socorro de outras empresas, em detrimento da concorrência".Procurada à noite, a assessoria do Metrô afirmou não haver tempo hábil para apurar as informações. "Cabe reiterar que o Metrô tem colaborado com todos os níveis de investigação, inclusive do Ministério Público."

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