PP prepara apoio à reeleição de Dilma

Direção nacional da sigla prepara almoço para confirmar adesão a Dilma e enquadrar dissidentes favoráveis a Aécio ou à neutralidade

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Por Ricardo Della Coletta e Erich Decat
Atualização:

BRASÍLIA - Mesmo assediado por uma ala do partido a não embarcar no projeto eleitoral da reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PP programou para a próxima terça-feira uma declaração de apoio formal à candidata petista. Com isso, a legenda comandada pelo senador Ciro Nogueira (PI) visa encerrar especulações levantadas pela movimentação de dissidentes internos, que defendem uma aliança nacional com o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), ou ao menos a neutralidade. Apesar do anúncio formal ocorrer na semana que vem, num almoço em Brasília, o apoio oficial só deve ser confirmado na convenção nacional da legenda, em 25 de junho. Dentro do PP, partido que comanda o Ministério das Cidades, as principais vozes pró-Aécio são a senadora Ana Amélia, pré-candidata ao governo do Rio Grande do Sul; o presidente de honra do PP e tio do tucano, senador Francisco Dornelles (RJ); e o atual governador de Minas, Alberto Pinto Coelho. Há uma semana, Coelho chegou a ir à Câmara pedir que os deputados fechassem fileiras com Aécio, sob o argumento de que, além de Minas, diretórios como o do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Goiás consideram seguir o mesmo caminho. Ao Estado, o presidente do PP afirmou que a expressiva maioria dos diretórios estaduais caminharão com Dilma. Para Nogueira, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas e Acre devem apoiar Aécio. O senador disse esperar que a declaração de apoio na terça-feira ajude a acabar com "especulações" de que a direção nacional poderia abandonar Dilma. Também está previsto um encontro de integrantes do PP com a presidente em sinal de apoio à reeleição. Lula. Nos últimos dias, o governo fez movimentos para garantir os aliados na sua coalizão. Alguns deles, como PMDB, PP e PR, enfrentam resistências internas que têm feito com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre em campo. O petista se encontrou na segunda-feira em São Paulo com integrantes da cúpula nacional do PMDB. Os peemedebistas saíram convictos de que Lula deve apoiar seus candidatos ao governo. Impasses regionais entre PT e PMDB são um dos principais obstáculos para concretizar a aliança. A reunião com os peemedebistas contou com a participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do presidente em exercício da sigla, senador Valdir Raupp (RO), do líder da bancada no Senado, Eunício Oliveira (CE), do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM), e dos senadores Vital do Rêgo (PB) e Romero Jucá (RR). Entre os temas discutidos na reunião estaria a aliança no Ceará, ainda um imbróglio entre o governo, o PT e o PMDB. "O Lula disse com todas as letras que vai apoiar o Eunício, independentemente do que acontecer lá com o PT", afirmou Raupp. "Acho que é (apoio) integral, gravar os programas, pedir voto".

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