Polarização é com o 'malufismo', diz Alckmin

Destaque dado ao deputado federal de São Paulo antecipa possível estratégia da campanha do governador tucano 

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Por Gabriel Manzano e Caio do Valle
Atualização:

São Paulo - Candidato à reeleição em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira, 2, que a principal polarização nesta campanha pode voltar a ser entre tucanos e o malufismo, cenário que pautou a política paulista nos anos 90.

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“São Paulo sempre tem se caracterizado como um quadro multi, pluripartidário. Sempre foi”, afirmou Alckmin, em entrevista após um evento no Palácio dos Bandeirantes. “Aliás, se você verificar, há uns 10 ou 15 anos atrás, nunca foi polarizada entre PSDB e PT, mas entre PSDB e (o hoje deputado do PP Paulo) Maluf. De repente, estamos voltando (a essa polarização)”.

Alckmin fez uma referência indireta ao fato de a candidatura de Paulo Skaf (PMDB) ter recebido na segunda-feira o apoio do PP de Maluf. O peemedebista apareceu em segundo lugar na mais recente pesquisa Datafolha. O tucano lidera a disputa com 44% das intenções de voto, seguido de Skaf, com 21%. O candidato do PT, Alexandre Padilha, tem 3%.

Em São Paulo, a última disputa eleitoral polarizada entre Maluf e um tucano ocorreu em 1998, quando o então governador Mário Covas foi reeleito, com apoio dos petistas. Dois anos depois, Alckmin foi o candidato do PSDB na disputa pela Prefeitura da capital, mas o adversário do ex-prefeito no segundo turno foi Marta Suplicy (PT), que recebeu apoio de Covas e do PSDB.

A partir de 2002, petistas e tucanos têm polarizado as disputas pela capital e pelo Estado. Em 2008, Alckmin foi novamente candidato a prefeito, mas o PSDB se dividiu entre ele e o candidato à reeleição Gilberto Kassab (então no DEM, e atualmente no PSD). O prefeito havia sido vice do tucano José Serra, que era o governador de São Paulo durante aquela disputa.

Mudança. O destaque à presença de Maluf na campanha de Paulo Skaf já antecipa uma possível estratégia da campanha eleitoral de Alckmin. Maluf, com seu apoio ao peemedebista, carrega consigo o fato de ser procurado pela Interpol e responder a acusações de desvio de dinheiro em obras públicas.

O deputado havia anunciado em 30 de maio sua adesão à candidatura de Padilha, mas no último momento seu partido trocou o PT pela adesão a Skaf. O PP acredita que, com o PMDB, terá condições de formar uma maior bancada de deputados federais, critério para repartição do Fundo Partidário e do tempo de TV.

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Para auxiliares de Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, no entanto, seria melhor para a reeleição de Alckmin que Maluf continuasse com Padilha. Seria mais fácil, segundo esses auxiliares, derrotar mais uma vez o PT – o que o PSDB vem fazendo desde 2002 nas disputas paulistas – do que um candidato novo, distante do universo petista e apoiado por um partido com história e estrutura organizada em todo o Estado. / CAIO DO VALLE e GABRIEL MANZANO

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