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Para aliado de Temer, Joaquim Barbosa pode não ser um bom candidato à Presidência

Em entrevista ao Jornal Eldorado, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, também afirmou que há grandes chances de Temer concorrer à reeleição este ano

Por Marcelo Osakabe
Atualização:

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta terça-feira, 24, que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidenciável pelo PSB, Joaquim Barbosa, "tem explicações a dar à Nação" e que não vê em seu histórico fatos que sinalizem que ele possa ser um bom candidato à Presidência.

Marun ainda indicou que Barbosa deveria primeiro concorrer a um cargo Legislativo antes de tentar se alçar à Presidência. Foto: André Dusek/Estadão

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Em entrevista ao Jornal Eldorado, o aliado do presidente Michel Temer disse que o recém-filiado ao PSB tem sido pintado como um "salvador da pátria" pela imprensa, que não tem cobrado dele posicionamentos ou explicações sobre fatos de seu histórico.

"(Barbosa) nunca apresentou ou não apresenta em seu currículo questões que nos sinalizam (o que pensa), apesar de ser pessoa que pode ter trânsito político, pode ter moderação na tomada de decisões. Não vejo no histórico de Joaquim nada que sinalize ser bom candidato à República", disse. "Ele tem coisas para explicar a nação, como o por quê dessa aposentadoria precoce (do STF), completamente intempestiva, e por que ter uma offshore fora do País para comprar imóvel em Miami. Isso precisa ser explicado e esse momento tem que chegar antes do lançamento de sua candidatura", emendou.

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Marun ainda indicou que Barbosa deveria primeiro concorrer a um cargo Legislativo antes de tentar se alçar à Presidência. "Quem sabe pudesse ser um bom candidato ao Senado e, num gesto de humildade, pudesse conviver com outros seres humanos e, quem sabe, adquirir capacidade para o supremo comando da Nação", ironizou.

Alckmin. Sobre a possibilidade de uma aliança com o PSDB do ex-governador Geraldo Alckmin, Marun disse que essa oportunidade foi "perdida" quando o tucano não apoiou Temer em meio às denúncias do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no ano passado. Por outro lado, isso não significa que não possa ser recuperada. "Alckmin perdeu a oportunidade de ter posição, isso afastou uma possibilidade que inclusive seria lógica. Precisa ter posição. Quando vier a ter, pode ser incluído entre os que podem receber nosso apoio nas próximas eleições."

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Reeleição. Em uma escala de 0 a 10, as chances do presidente Michel Temer concorrer à reeleição este ano são de 8, opinou Carlos Marun. Ele admitiu, por outro lado, que as chances do emedebista vencer o pleito são menores, uma vez que os feitos do governo ainda não foram reconhecidos pela população.

"Entendo que hoje, a chance de ele concorrer é de oito. (Mas) se você me perguntar da chance de ganhar a eleição, diria que é menor, já que fomos vítimas da maior perseguição já levada contra um presidente da República em toda a história", avaliou Marun, um dos principais defensores de Temer. "Isso criou uma blindagem negativa sobre o presidente que impede que as muitas boas coisas que estamos fazendo sejam reconhecidas pela população."

O ministro avaliou que os feitos do governo o capacitam a ter um candidato nessas eleições, mas não descartou a possibilidade de uma aliança com outros partidos, contanto que eles "defendam o legado" da atual gestão. Além de Temer, o MDB avalia a possibilidade de lançar o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ambos não passaram dos 2% de intenção de voto na última pesquisa Datafolha.

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Skaf. Questionado sobre a possibilidade de o MDB abrir mão de uma candidatura em São Paulo para facilitar a composição nacional, Marun disse que não ter conhecimento disso e que, nas vezes em que conversou com Temer sobre o assunto, o presidente demonstrou "entusiasmo" com o potencial do presidente do Fiesp, Paulo Skaf.

Por outro lado, o ministro disse entender que "eleição é conversa" e que se trabalha hoje com a necessidade de diminuir pulverização de candidaturas do chamado centro político. "Isso exige conversas e até espírito de renúncia. Se isso não acontecer, poderemos ver uma tragédia que é um segundo turno com candidatos de extremos", afirmou.

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Após passarem meses aventando a possibilidade de uma candidatura própria, Temer e seu entorno voltaram a admitir a possibilidade de uma composição com o PSDB para a disputa presidencial. A articulação passaria por um acordo similar em São Paulo, em favor do tucano João Doria. Incomodado com a articulação, da qual o ex-prefeito também faz parte, Skaf decidiu antecipar o lançamento oficial de sua pré-candidatura para o dia 5 de maio 

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