No Maranhão, Campos afirma que Aécio e Dilma estarão aliados a Sarney

Candidato do PSB diz que voto em Dilma é ‘homenagem’ a senador e que, se Aécio vencer, grupo do peemedebista estará no governo

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Por Ana Fernandes e Clodoaldo Corrêa
Atualização:

Atualizado às 21h29 - São Luís - Em visita a São Luís, no Maranhão, o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, vinculou nesta quinta-feira, 10, seus principais adversários na disputa, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), ao ex-presidente e senador José Sarney, do PMDB. Campos voltou a afirmar que o grupo político de Sarney será oposição num eventual governo seu e da candidata a vice Marina Silva.

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“Eu disse com todas as letras que quando eu e Marina estivermos governando o Brasil, o PMDB de José Sarney estará na oposição. Quem quiser prestar homenagem a Sarney vota na Dilma, quem quiser continuar com Sarney no governo, pode votar também no Aécio”, afirmou Campos, em entrevista coletiva. “Todo mundo sabe que esse PMDB está com o pé em duas canoas. A única canoa em que ele não bota o pé é a nossa porque a nossa canoa é da renovação política.”

No dia 23 do mês passado, Sarney, de 84 anos, comunicou a decisão de não se candidatar a um novo mandato no Senado pelo Amapá. No mesmo dia ele havia sido vaiado durante evento ao lado de Dilma em Macapá.

Três dias depois foi a vez da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) - filha do ex-presidente - afirmar que não vai mais disputar eleições após concluir seu atual mandato. Assim como fez o pai, Roseana comunicou sua decisão à presidente.

Segundo Campos, o Estado vive um ciclo de mudança e isso tem um valor simbólico para sua campanha. “Estamos aqui em sinal de respeito à luta da oposição no Maranhão.”

Palanques. O candidato do PSB esteve na capital maranhense para cumprir agenda conjunta com o ex-presidente da Embratur, Flávio Dino, que disputa o governo estadual pelo PC do B. Embora seja de um partido aliado nacionalmente com o PT da presidente Dilma Rousseff, Dino também se coligou no Estado com o PSDB, abrindo palanque para Aécio. A legenda tucana indicou o vice na chapa: Carlos Brandão. O PSB também tem vaga na composição majoritária com Roberto Rocha, candidato ao Senado.

Numa referência indireta a Aécio, ele lembrou que já estava ao lado de Dino na aliança que apoiou a eleição de Edivaldo Holanda Júnior (PTC) para a prefeitura de São Luís. “Meu partido está aqui. Eu tomo posição com muita clareza.

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Ajudamos a construir essa unidade política, não foi desta eleição, mas já de algum tempo”, afirmou.

Questionado sobre os gestos de aproximação feitos por Aécio, Campos destacou que há três décadas segue caminhos políticos diferentes do senador tucano. “Desde 1984, nas Diretas-Já, que eu e Aécio não compartilhamos o mesmo projeto nacional”, afirmou, observando que o candidato do PSDB foi da base de apoio de José Sarney (PMDB) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando ele foi oposição. Lembrou também que ele e Marina fizeram parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva enquanto Aécio era oposição.

Na campanha presidencial, o ex-governador de Pernambuco tenta se firmar como terceira via entre PT e PSDB. No Maranhão, o candidato do PSB também conta com outro palanque: o de Zé Luís Lago, do PPL, partido que integra sua coligação nacional. O ex-governador de Pernambuco, porém, evitou se posicionar e não respondeu em quem votaria se fosse eleitor maranhense.

Depois de fazer o primeiro ato de campanha no domingo ao lado de Marina na comunidade do Sol Nascente, em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, Campos partiu para o Nordeste. Na terça, cumpriria agenda em Fortaleza, mas desistiu após a goleada por 7 a 1 sofrida pela seleção brasileira para a Alemanha - que eliminou o time brasileiro da Copa do Mundo. Nesta sexta, o presidenciável do PSB visita o Rio Grande do Norte.

Campos destacou que Dilma teve votações expressivas no Norte e no Nordeste, regiões de onde vêm Marina e ele, respectivamente, mas que cresce nos Estados dessas regiões o desejo por mudança. Segundo ele, o Norte e Nordeste não receberam a atenção que esperavam, a economia desacelerou e municípios quebraram por causa das políticas federais de desoneração fiscal.

Além de uma coletiva ao lado de Dino, o candidato do PSB também concedeu entrevistas a duas emissoras de TV locais. / ANA FERNANDES e CLODOALDO CORRÊA, ESPECIAL PARA O ESTADO 

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