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Na ONU, Dilma defende combate à homofobia e ao racismo

Presidente aproveita discurso para se posicionar sobre criminalização da violência contra a população LGBT, um dos temas polêmicos da eleição presidencial

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Rafael Moraes Moura , Altamiro Silva Junior (Broadcast) e correspondente
Atualização:
Dilma Rousseff durante discurso na sede da ONU, em Nova York Foto: Jewel Samad/AFP

Nova York - Em discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) assegurou nesta quarta-feira (24) que o seu governo tem empenho em combater a violência contra homossexuais. Dilma também defendeu no seu discurso a luta contra o racismo, conforme antecipou nesta terça-feira (23) o estadao.com.br.

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"O mesmo empenho que temos em combater a violência contra as mulheres e os afrobrasileiros temos também contra a homofobia. A Suprema Corte do meu País reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes todos os direitos civis daí decorrentes", afirmou Dilma.

A fala da presidente ocorre em meio ao embate com a candidata do PSB, Marina Silva, que retirou de seu programa de governo a proposta de criminalização da violência contra a população LGBT. Diante disso, Dilma tem se manifestado mais enfaticamente pelo combate à homofobia, mas ela evitou afirmar que colocaria o tema "no papel" em seu programa de governo, que ainda não foi apresentado.

"Acreditamos firmemente na dignidade de todo ser humano e na universalidade de seus direitos fundamentais. Estes devem ser protegidos de toda seletividade e de toda politização, tanto no plano interno como no internacional", disse.

Esse trecho -- tanto no "plano interno quanto no internacional" -- foi incluído por Dilma de última hora e não constava na versão prévia do discurso, divulgada com embargo pelo governo brasileiro.

Ironicamente, a presidência da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU é do ministro das Relações Exteriores de Uganda, Sam Kutesa. O país publicou uma lei que previa a condenação à prisão perpétua para os homossexuais que persistirem em suas práticas, obrigando as pessoas a denunciar os gays e declarando ilegal a promoção da homossexualidade.

Kutesa foi eleito por unanimidade para o cargo de presidente da 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, sob protesto de entidades que defendem os direitos de homossexuais.

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Papel. No início deste mês, a presidente indicou que não vai colocar no papel sua promessa de trabalhar pela criminalização da homofobia caso seja reeleita em outubro.

Em meio à polêmica sobre as mudanças no programa de governo da candidata Marina Silva (PSB) - uma dessas alterações foi excluir a defesa da criminalização da homofobia do documento final -, Dilma foi questionada pelo Estado se colocaria isso no papel.

"Meu querido, está na minha boca", disse a presidente à reportagem no último dia 8, após sua participação na série Entrevistas Estadão, no Palácio da Alvorada.

Racismo. Ao levantar a bandeira contra a discriminação racial na ONU, Dilma afirmou que o racismo, "mais que um crime inafiançável, é uma mancha que não hesitamos em combater, punir e erradicar".

"A promoção da igualdade racial é o resgate no Brasil dos séculos de escravidão a que foram submetidos os afrobrasileiros, hoje mais da metade de nossa população. Devemos a eles um inestimável legado permanente de riquezas e valores culturais, religiosos e humanos. Para nós, a miscigenação é um fator de orgulho", comentou a presidente.

Dilma também falou sobre o combate à violência contra a mulher em todas as suas formas. "Temos um compromisso com a valorização da mulher no mundo do trabalho. Consideramos o século XXI o século das mulheres", afirmou.

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