RIO - O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que a reportagem na qual a revista Veja afirma que a presidente Dilma Rousseff (PT) tinha conhecimento de um esquema de corrupção operado na Petrobrás "fere a honra pessoal e política" da candidata à reeleição e gera indignação nas pessoas.
"É uma coisa que fere a honra política e pessoal da presidenta Dilma. Não acho que aquela matéria seja eleitoralmente útil para quem queira destruir sua candidatura. Acho que tem o efeito contrário. A presidente reagiu com indignação", disse Temer ao Broadcast - serviço de tempo real da Agência Estado - na manhã deste sábado, 25, antes de deixar o hotel Windsor Barra, onde ficou hospedado com a comitiva que acompanhou Dilma no último debate antes das eleições, na noite desta sexta-feira.
Na sexta-feira, 24, a campanha petista dedicou boa parte de seu horário político eleitoral na TVa responder à publicação, classificada por Dilma de "terrorismo eleitoral". A reportagem afirma que o doleiro Alberto Youssef, em delação premiada à Justiça, afirmou que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam de todos os desvios na petroleira.
Ao comentar os números favoráveis à campanha da petista nas últimas pesquisas de intenção de voto, Michel Temer disse que o povo brasileiro tomou sua decisão ao verificar o que o atual governo fez por ele. "É na última semana (da eleição) que as coisas acontecem. É natural", disse.
O vice-presidente avaliou o último debate entre a presidente Dilma e o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, como esclarecedor para o eleitorado e elogiou a performance de sua companheira de chapa. "A Dilma estava muito bem. Transmitindo muita certeza e segurança. Ela estava ali com aquela tranquilidade de quem vê que as pesquisas indicam vitória", afirmou.
Temer deixou o Rio em direção a Ourinhos (SP), onde cumpre agenda na véspera da votação do segundo turno. Sobre o resultado, foi sucinto: "As perspectivas são boas, mas vamos esperar amanhã".