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Mantega critica Arminio e diz que ele não entregou meta de inflação

Ministro reage a declarações de ex-presidente do BC, que, segundo Aécio Neves, ocupará a Fazenda se o PSDB voltar à Presidência

Foto do author Célia Froufe
Foto do author Adriana Fernandes
Por Célia Froufe (Broadcast), Laís Alegretti e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, entrou nesta quinta-feira, 28, com força na campanha eleitoral, rebateu de maneira firme adversários e enfatizou os pontos de avanço do governo. Mantega iniciou o assunto dizendo que "tem gente" que diz que vai mudar o rumo atual da economia. "Isso é motivo de grande preocupação", afirmou. Em seguida, destacou que o atual governo cumpriu o tripé econômico "mais do que outros". "Tem um candidato aí que era presidente do Banco Central e não entregou a meta de inflação", disse, em uma clara alusão à campanha de Aécio Neves, que anunciou que, se ganhar, terá Arminio Fraga como ministro da Fazenda (clique aqui para ler entrevista de Arminio). "Nós entregamos o câmbio flutuante e em outros governos...", continuou. 

O ministro disse que os personagens "são os mesmos" e afirmou que "me preocupa muito a política monetária que estou ouvindo". "Estão falando que vão combater a inflação de forma radical e podemos voltar aos juros estratosféricos do passado, que só o setor financeiro leva vantagem, e nada para a produção", afirmou. "Impedimos a valorização cambial porque muita gente usou a valorização como âncora para baixar inflação, e nós não fizemos isso, que eu chamo de populismo cambial", prosseguiu.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega Foto: ANDRE DUSEK/ESTADAO

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Mantega lembrou até a participação de uma atriz brasileira em uma campanha no passado, ao dizer que tinha medo de um governo diferente. "Sei que o setor financeiro gosta disso porque lucra, faz arbitragem. Eu me preocupo: se estão criticando tudo isso é porque vão fazer o contrário. Até poderão ser bem-sucedidos, mas vão criar recessão, desemprego e a população vai regredir. Tudo isso que a população avançou, corre o risco de ser revertido, é perigoso. É melhor que deixem claro para a população", enfatizou.

O ministro voltou a dizer que 2015 será melhor em crescimento porque alguns dos problemas de 2014 estarão superados. "Provavelmente choverá muito em 2015, e vocês vão reclamar muito. E espero crescimento melhor da economia internacional. É uma aposta, mas não sou só eu que estou com essa aposta", considerou. Ele disse ainda que haverá mais dias úteis no ano que vem e menos pressão inflacionária, vista, principalmente, no início do ano. "Essa pressão já está debelada. Hoje temos situação bastante boa." 

Por fim, Mantega comentou que há quatro meses os índices de atacado estão em deflação e isso vai se transmitir para o varejo. "Teremos cenário de inflação melhor para 2015, com crédito melhor. Não estou dizendo que vamos acertar na mosca, porque ninguém consegue fazer isso com tanta antecedência."

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