Líderes tucanos já fazem aceno ao PMDB

Governador reeleito, Beto Richa fala em governabilidade e defende ‘não excluir’ sigla aliada a Dilma de eventual gestão tucana

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Erich Decat , Elizabeth Lopes e Pedro Venceslau
Atualização:

Atualizada às 22h10

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CURITIBA - O governador reeleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 13, que, para manter a governabilidade em um eventual governo presidencial do tucano Aécio Neves, o PMDB não precisa ser excluído. Richa foi o anfitrião da visita de Aécio a Curitiba. Em entrevista ao Broadcast Político, o governador destacou que “há bons políticos” na legenda que integra a base aliada da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) e tem o vice-presidente Michel Temer na chapa à reeleição. 

“Eu acho que não precisa excluir o PMDB, porque há bons políticos dentro do partido, como em qualquer outro, os bem intencionados que querem o bem deste País e corresponder com dignidade à confiança dos eleitores. Dá sim para fazer uma boa composição partidária que garanta a governabilidade a partir do Congresso Nacional, em altíssimo nível”, disse o governador reeleito do Paraná.

Aécio concede entrevista com Beto Richa Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB

Na avaliação de Richa, a busca da governabilidade deve levar em conta um projeto para o País e não “um projeto partidário e de poder apenas”. “E muito menos uma relação promíscua entre poderes, como a que estamos vendo hoje”, criticou. 

Questionado sobre o assunto durante a agenda na capital paranaense, Aécio desconversou. “Sinceramente, nem pensei nisso (eventual papel do PMDB em um governo tucano). A minha relação é com as forças políticas que estão no nosso entorno. Estou extremamente honrado com os apoios que tenho recebido desde que saiu o resultado das urnas”, disse o tucano.

Aécio chegou ao centro de convenções na zona oeste de Curitiba acompanhado de Richa e outros correligionários: o senador reeleito pelo Paraná, Álvaro Dias, e o senador eleito por São Paulo, José Serra.

‘Balcão’. Dias disse que Aécio, se eleito, “vai acabar com esse balcão de negócios” que existe na política brasileira. Quando questionado se o balcão de negócios incluía o deputado do PMDB Eduardo Cunha, cotado para assumir a presidência da Câmara em 2015, o senador reeleito ironizou: “Não o conheço, não sou do Rio de Janeiro”. 

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Ele admitiu que o fato de eleger a maior bancada do Senado dá ao partido de Renan Calheiros, atual presidente da Casa, o direito de pleitear a presidência. Segundo Dias, porém, o PSDB pode criar problemas caso seja indicado um nome que não esteja de acordo com o que o partido quer. 

“Se este nome não for compatível com as exigências, obviamente que pode se articular uma reação para uma disputa que seria natural”. Dias não quis avaliar o nome de Renan Calheiros para um novo mandato à frente do Congresso a partir de 2015. “Não creio que seja inteligente (avaliar nomes neste momento)”, afirmou.

Beto Richa disse ainda que vê um crescimento natural da candidatura de Aécio nesta segunda fase da campanha. “A situação hoje é mais confortável, porque o sentimento de mudança no País é muito forte, nunca senti um sentimento, um clima de mudança tão forte, há um grande entusiasmo, as pessoas estão nos procurando para pedir material de campanha”, afirmou. 

O tucano ressaltou o apoio que Aécio recebeu da ex-ministra Marina Silva - terceira colocada na disputa presidencial - e da viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, no fim de semana.

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No 1.º turno, o discurso de Marina Silva e Eduardo Campos - que morreu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto - era que, se eleitos, os principais caciques do PMDB, Renan Calheiros e José Sarney, iriam para a oposição. 

‘Postura’. Richa afirmou ainda que Aécio no Palácio do Planalto teria liderança e poder de articulação para dar o tom de sua administração, implementando uma “mudança de postura”. “A sociedade está cobrando de todos seus representantes mudança de postura, com comportamento ético e decente e Aécio vem com essa mudança segura, é um gestor testado e aprovado, não é um político que caiu de paraquedas e ele terá a força das urnas para dar o tom de sua administração.” 

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