Líder do PSB na Câmara será vice de Marina Silva

Nome de Beto Albuquerque recebe aval da família de Campos e será anunciado em reunião do partido nesta quarta-feira, 20

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Por Daiene Cardoso , Ricardo Brito , João Domingos e Angela Lacerda
Atualização:

Atualizada às 22h21

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BRASÍLIA E RECIFE - O PSB vai anunciar nesta terça-feira, 19, o deputado federal e líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque, como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Marina Silva. A chapa será oficializada em reunião da Executiva Nacional do partido em Brasília.

Em nota, o presidente da sigla, Roberto Amaral, afirma que Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi consultada sobre a possibilidade de ser a vice de Marina, mas declinou do convite porque além de ter “compromissos familiares”, ela precisa dedicar seus primeiros esforços para eleger Paulo Câmara ao governo de Pernambuco. 

No comunicado do partido, a eleição de Câmara é tratada como um sonho que Campos “sempre sonhou”. Nesta terça, Amaral e Beto Albuquerque esteve reunido durante todo o dia na capital pernambucana com dirigentes do PSB estadual.

Beto Albuquerque é do PSB do Rio Grande do Sul Foto: LEONARDO

O líder do partido na Câmara disse que foi ao Recife atendendo ao chamado de Renata Campos. A viúva de Campos reiterou no encontro que no momento prefere continuar como militante na campanha - principalmente nos bastidores. Na noite desta terça, ela e os cinco filhos participaram da missa de sétimo dia do marido, na Igreja de Casa Forte.

Mensalão. Ex-líder do governo Lula na Câmara, que chegou a negar a existência do mensalão, Luiz Roberto de Albuquerque, no entanto, era um dos maiores críticos do governo Dilma no Legislativo, tendo sido um dos primeiros a pressionar o então governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, a romper com a petista. 

Aos 51 anos, o gaúcho de Passo Fundo é filiado ao PSB desde 1986 e está em seu quarto mandato como deputado federal após duas passagens pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No início do governo Lula, em 2003, ocupou a vice-liderança do governo na Câmara e, em um curto período em novembro 2010, foi líder do governo Lula. Advogado por formação, ele é líder do PSB desde fevereiro do ano passado. 

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Beto Albuquerque concorria a uma cadeira de senador pelo Rio Grande do Sul numa aliança estadual com o PMDB. Ele aparecia em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do jornalista Lasier Martins, do PDT, e do ex-governador Olívio Dutra, do PT. Sendo o escolhido para a vice, deixará a vaga para outro nome da chapa. Um dos cotados para substituí-lo é o senador Pedro Simon (PMDB), que havia desistido de concorrer nas eleições em outubro. 

Um dia após a morte de Campos - em acidente aéreo na quarta-feira passada -, Beto Albuquerque colocou seu nome à disposição para ser vice de Marina. 

No sábado, ele já era tratado pela cúpula do partido como favorito para a disputa. A direção do PSB pretendia ouvir a viúva Renata Campos, cujo nome passou a ser ventilado por uma pequena ala da legenda. 

“Não tenho dificuldades em cumprir tarefas para defender o legado de Eduardo”, declarou, já o gaúcho na quinta-feira passada, 14. Para a cúpula do PSB, Beto Albuquerque era o único a cumprir os requisitos previstos para ocupar o posto: é um militante orgânico do PSB, filiado ao partido desde 1986, teve uma forte ligação com Campos, tem diálogo fácil, é respeitado por Marina e teria a capacidade de, sempre que for preciso, fazer com que a ex-ministra se lembre de que é do PSB e não da Rede Sustentabilidade durante a campanha para a Presidência. 

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