Investigação do cartel de trens pode ter acordo em abril

Empresas contratadas pelo Metrô para reforma de trens, cujo negócio causou prejuízo de R$ 800 milhões, devem ressarcir governo

Por Caio do Valle
Atualização:

O promotor de Justiça Marcelo Milani disse ontem que parte dos consórcios contratados pelo Metrô de São Paulo para a reforma de 98 trens poderá assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em abril e ressarcir os cofres da empresa, controlada pelo governo do Estado. Com isso, dezenas de milhões de reais devem ser devolvidos em forma de multa ao Metrô - o valor ainda é calculado.Os contratos assinados para a reforma das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha causaram ao Metrô prejuízo de R$ 800 milhões. A reforma foi contratada em 2008 e 2009, na gestão José Serra (PSDB), e mantida pelo atual governo tucano Geraldo Alckmin.Dos quatro consórcios criados para a reforma, dois estão em vias de assinar o termo. O que está em processo mais adiantado é o encabeçado pela empresa T'Trans. O outro, em fase de tratativas, tem a Bombardier na dianteira. Milani disse que os outros consórcios, ambos liderados pela francesa Alstom, não estariam dispostos a assinar o termo.Em janeiro, o promotor recomendou a suspensão da reforma dos trens por 90 dias, para investigar os contratos. Assim, nenhum trem poderia ser encaminhado para o serviço. Mas, segundo Milani, diante da iminente assinatura do termo com o consórcio da T'Trans, uma composição foi liberada para a modernização.

A Bombardier informou que não está em tratativas avançadas com o Ministério Público Estadual acerca do acordo proposto pelo Promotor Marcelo Milani. A empresa afirma ainda que está analisando os termos da proposta e se comprometeu com o MPE a enviar uma resposta dentro de um mês.

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