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Ex-ministra de Dilma não decola; Richa deve levar no 1º turno

Após escândalos que atingiram correligionários, petista amarga 3º lugar na disputa; governador do PSDB caminha para vitória

Por Pablo Pereira
Atualização:

CURITIBA - A senadora Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná, vai às urnas neste domingo amargando um terceiro lugar – 12% dos votos válidos (sem indecisos, brancos e nulos), segundo pesquisa Ibope divulgada ontem. Lançada em março com festa que teve os pesos-pesados do PT Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Gleisi não decolou e está distante do segundo colocado, o senador Roberto Requião (PMDB), que registra 34%, e do líder na disputa no Estado, o governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição (52%).

Gleisi Hoffmann, candidata do PT 

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Ex-ministra da toda-poderosa Casa Civil da presidente da República, vista pela cúpula nacional do PT como uma aposta de palanque para puxar voto para a sua ex-chefe no Palácio do Planalto, Gleisi foi atropelada na campanha por escândalos de aliados, dois deles com repercussão na Justiça criminal, além de um racha político do próprio partido, que reduziram seu poder de articulação.

No primeiro caso, um ex-assessor dela na Casa Civil, Eduardo Gaievski, ex-prefeito petista de Realeza, foi preso e condenado, em agosto, em primeira instância, a 18 anos e um mês de cadeia no primeiro dos 15 processos por estupro de menores que responde na Comarca de Realeza. Depois, Gleisi viu um dos fortes defensores de sua candidatura, o deputado federal André Vargas, ser flagrado por laços com Alberto Youssef, doleiro preso na Operação Lava Jato. Vargas teve de deixar o PT e está ameaçado de cassação de mandato na Câmara dos Deputados. Petistas consultados no Paraná avaliam que os escândalos afetaram a candidatura.

Não bastasse o estrago provocado por estas baixas, uma divergência partidária sobre a indicação de Ricardo Gomyde (PC do B) para o Senado na coligação também criou barreiras para a ex-ministra. Militantes e dirigentes estaduais que queriam o deputado federal Dr. Rosinha no Senado protestaram. 

Nos últimos dias de panfletagem, grupos de militantes distribuíam nas ruas do centro de Curitiba material impresso com Dilma ao lado de Lula, mas sem destaque para a senadora. 

Na quinta-feira, quando a candidata caminhava em Campina Grande do Sul, a 30 quilômetros de Curitiba, a ausência de lideranças do partido evidenciava a divisão do PT. A candidata era acompanhada por cerca de 50 militantes e apenas o único vereador petista da cidade, Sérgio Cavagni, além do prefeito de Pinhais, Luiz Goularte Alves (PT), mais Ricardo Gomyde, estavam com Gleisi. Na sexta-feira, em bairro Cajuru, em Curitiba, outra vez Gleisi era acompanhada por gente do vereador Jonny Stica (PT).

Ontem, no Mercado Municipal, a candidata almoçou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o prefeito Gustavo Fruet (PDT), e o deputado federal Ângelo Vanhoni (PT). Dr. Rosinha também foi, mas não acompanhou a carreata na região metropolitana.

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“Com a parceria com a presidenta Dilma, vamos para o 2.º turno”, afirmava Gleisi. “Contamos com a “espiral do silêncio”, disse o coordenador Oliveiros Marques.

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