Ex-cartola é o principal alvo em debate eleitoral em Belo Horizonte

Em segundo lugar na disputa eleitoral na capital mineira, segundo pesquisa Ibope, com 22% das intenções de voto, o Alexandre Kalil (PHS)

Por Leonardo Augusto
Atualização:

Belo Horizonte - Em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, segundo pesquisa Ibope, com 22% das intenções de voto, o ex-presidente do Clube Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, foi o principal alvo dos concorrentes em debate realizado na noite desta sexta-feira, 16, pela Rede TV. Hoje, Kalil iria para o segundo turno com o ex-goleiro do Atlético-MG e deputado estadual, João Leite, com 33% das intenções de voto.

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O primeiro ataque foi do deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que tem 1% na pesquisa. O candidato disse que Kalil deve R$ 100 mil por não pagamento do IPTU. "Sou uma pessoa comum. Já atrasei escola de menino. Aqui nesse recinto tem corrupção, lavagem de dinheiro, mas não fico falamos sobre isso", afirmou o ex-cartola.

Rodrigues disse ainda que Kalil "faz dobradinha com o governador Fernando Pimentel (PT)", partido que tem o deputado federal Reginaldo Lopes como candidato. O parlamentar pediu direito de resposta, que foi negado. Rodrigues lembrou ainda que Pimentel foi denunciado dentro da Operação Acrônimo.

Com Délio Malheiros (PSD), vice-prefeito e candidato do prefeito Márcio Lacerda (PSB), o embate com Kalil começou antes mesmo do debate, com um seco aperto de mãos. Délio, que tem 4% na pesquisa, é o concorrente que mais bate em Kalil, com críticas citando nominalmente o rival na propaganda gratuita em rádio e televisão. O candidato do prefeito afirma que Kalil está se equivoca ao dizer que não vai construir nada, "mas colocar para funcionar o que já existe". "Como uma cidade como Belo Horizonte pode ficar sem obras", retruca Délio, no horário eleitoral.

No debate, o candidato do prefeito Lacerda disse que se Kalil  pagasse o que deve de IPTU, o dinheiro poderia ser investido na saúde. Délio afirmou ainda que, caso seja eleito, Kalil teria tantos problemas com a Câmara de Vereadores, "por ser destemperado", que seria afastado do cargo.

O ex-cartola disse que, apesar de ser o nome do prefeito hoje, "Délio não era recebido por Lacerda". Conforme Kalil, a tarefa mais importante dada a Délio foi tratar de 50 capivaras. "E 38 morreram", afirmou, se referindo ao período em que Délio acumulou a função de secretário municipal de Meio Ambiente. As capivaras ficavam na Lagoa da Pampulha. Parte morreu por causas ainda desconhecidas. Délio rebateu afirmando que Kalil tem quatro motocicletas importados e não paga IPTU.

Nas perguntas feitas por jornalistas, João Leite foi questionado se o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, não aparece em sua propaganda por ter sido citado na Operação Laca-Jato. O candidato tucano disse que "não precisa de ninguém para me pegar pela mão" e que, se vencer a disputa, "ninguém vai governar por mim". Reginaldo Lopes, na mesma linha, foi questionado por não usar o principal símbolo do PT, a estrela vermelha, e se isso ocorreria pelo fato de o partido ter acabado de ter uma presidente afastada do cargo. O candidato respondeu que tem lado e que tem medo "é de quem não tem lado".

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Rodrigo Pacheco (PMDB) perguntou a Lopes se não seria melhor que o PT deixasse de falar que houve um golpe no país. O candidato do partido da ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que "golpista não gosta de ser chamado de golpista".

Dos 11 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, apenas três não participaram do debate. Eros Biondini (Pros), Vanessa Portugal (PSTU) e Maria da Consolação (PSOL), que não têm representação mínima na Câmara dos Deputados e não foram convidados pela emissora. Além de Sargento Rodrigues, João Leite, Kalil, Lopes, Rodrigo Pacheco e Délio, também participaram do debate Marcelo Álvaro Antonio (PR) e Luís Tibé (PT do B).

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