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Empatados na disputa, líderes em SP se poupam em debate e miram gestão Haddad

João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) evitaram ataques em debate promovido pelo SBT, 'Folha' e UOL

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Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Elizabeth Lopes e Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

Um dia após aparecerem empatados tecnicamente na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Datafolha, os candidatos João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) evitaram trocar ataques em debate nesta sexta-feira, 23. Os três líderes miraram suas críticas à gestão do atual prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT). O encontro foi promovido pelo SBT, Folha de São Paulo e o portal UOL.

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Logo no primeiro bloco, Haddad destacou seus feitos, mas foi criticado pela candidata do PSOL, Luiza Erundina, sob alegação que o município ainda tem um déficit de 100 mil vagas de creches. Para a candidata, é preciso corrigir as políticas públicas e sociais da sociedade. "Vamos manter o ritmo de inaugurar duas creches por semana na Capital, até o déficit de vagas ser esgotado. Além disso vamos diversificar os cursos de ensino à distância nos CEUs, curso superior", retrucou o petista.

O candidato do PRB, Celso Russomanno, disse que "infelizmente uma área essencial, que é a da saúde, não funciona na cidade". E perguntou o que Fernando Haddad iria fazer no setor, já que em quatro anos não houve avanço nessa área. Em sua resposta, o petista reconheceu que o cenário ainda não está bem, mas falou que em sua gestão houve grande avanços, como o programa hora certa, que atende cerca de 1 milhão de pessoas. "Se continuarmos, atenderemos 6 milhões de pessoas. A cidade está melhor do que quando eu a herdei (da gestão Gilberto Kassab)."

Russomanno ironizou Haddad, dizendo que ele deveria ir para as ruas conhecer a realidade da cidade. "Tem que gastar sola de sapato", destacou. Na tréplica, Fernando Haddad voltou a insistir que o rumo já foi dado por sua gestão e que é preciso aprimorar, mas os avanços foram feitos.

Marta e Haddad elevaram a temperatura do debate quando a peemedebista ironizou as falas de Haddad sobre a sua gestão. “Olha, você parece que fez tudo. Fico até constrangida porque você falou do transporte, fiquei atacada quando você falou: a melhor gestão do transporte. Vai perguntar para a população ou para quem está em casa qual foi a melhor gestão do transporte, minha gente. Eu tive até que usar colete de bala para conseguir lidar com a máfia do transporte”, disse Marta, sob risos da plateia.

Marta se irritou quando Haddad a confrontou dizendo que na campanha à reeleição em 2004 a então petista havia prometido construir o “CEU da Saúde”. De acordo com Haddad, ninguém entendeu a proposta, que depois teria desaparecido do programa da candidata. “Não sei se você desistiu daquela ideia ou vai apresentar alguma coisa agora. As pessoas que te acompanham ficam confusas. Quem te apresentou o idealizador do CEU da Educação fui eu, a arquiteto Alexandre Delijaicov. Quem apresentou a você o idealizador da Saúde que não passa pela Hora Certa?”, questionou Haddad.

Você, retrucou Marta, me apresentou uma pessoa com uma maquete. “Se você fosse tão bom, você teria construído os vinte CEUs que prometeu”, espetou Marta.

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Doria também mirou no partido do prefeito ao dizer que o seu partido, o PSDB, não detém o manual de corrupção e que o detentor de tal manual é outra legenda, o Partido dos Trabalhadores.

"O PSDB não promove e não faz a corrupção, lamento que o PT faça isso. Tenho muito respeito ao prefeito Fernando Haddad (PT), mas essa é a opinião da maioria da população." Ao falar do tema, João Doria citou seu padrinho político e cabo eleitoral, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, que na sua avaliação vem combatendo eficazmente a corrupção no Estado. O tucano disse que não quer receber o salário de prefeito, que se for eleito irá doá-lo.

O tucano, no entanto, também foi alvo de ataques quando Erundina indagou se ele já tinha devolvido uma área irregular que detém em Campos do Jordão. "Não estamos discutindo a prefeitura de Campos do Jordão, mas a de São Paulo", disse Doria. A deputada do PSOL criticou a resposta, reiterando que ele tinha que responder sobre os seus atos, independentemente se eles ocorreram na Capital ou em outra localidades. Nesta sexta-feira, 23, a justiça determinou que o candidato devolvesse área incorporada a um terreno seu em Campos do Jordão