Em sabatina, Campos é evasivo sobre solução para indústria

Candidato do PSB à Presidência apresenta propostas para setor industrial em encontro promovido por confederação do setor e diz que produtividade depende de 'nova política'

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Por Redação
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Atualizado às 12h10

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Brasília - O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, apresentou propostas genéricas sobre a indústria brasileira e reapresentou promessas a representantes do setor industrial, em sabatina realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira, 30, em Brasília.

Ao responder a pergunta feita pelo diretor-geral da Marco Polo, José Rubens Dela Rosa, sobre qual a importância o setor da indústria vai ter no governo, Campos iniciou um discurso de que a "solução" para a melhora do setor está na política. "Eu e Marina representamos a única possibilidade de quebrar o patrimonialismo de coalizão", afirmou o candidato.

Campos foi o primeiro convidado da série de encontros realizada pela CNI. Ainda nesta quarta-feira participam das entrevistas o candidato do PSDB, Aécio Neves, e a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

Eduardo Campos (PSB) em debate promovido pela CNI Foto: André Dusek/Estadão

Na sua participação, Eduardo Campos disse que o foco das políticas de Estado para a indústria deve ser a produtividade. Segundo ele, no entanto, é preciso acabar o presidencialismo de coalizão para também estimular o setor. "A produtividade pública do Brasil é baixíssima. E essa produtividade não vai aumentar com distribuição partidária de ministérios", disse. Como alternativa à coalizão, Campos resgatou a necessidade de o novo governo colocar em prática uma "nova política", expressão bastante usada por Marina Silva.

"Eu respeito a presidente Dilma e o candidato Aécio Neves. Mas a vida da gente são as nossas circunstâncias. As circunstâncias que cercam Dilma e Aécio são as de conservar essa velha política que já faliu o sonho dos brasileiros", disse.

No pronunciamento, Campos ignorou Dilma – somente criticou a gestão dela sem mencioná-la – e citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em duas ocasiões. Na primeira, quando disse ter tratado das discussões da Lei de Inovação como ministro do governo do petista. Depois, quando afirmou que a reforma tributária não saiu na gestão de Lula.

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Foi na discussão da reforma tributária que Campos expôs com mais detalhes uma proposta. Se eleito, o candidato disse que assumirá o compromisso de enviar ao Congresso Nacional uma reforma logo na primeira semana de 2015. Afirmou que sua proposta terá por objetivo a unificação do Imposto de Valor Agregado (IVA) com o recolhimento dos tributos no destino, sobretudo nas regiões mais pobres, acabará com a cumulatividade do sistema de cobrança de impostos e tributos e vai fazer uma desoneração de impostos "de verdade".

Campos prometeu ainda  não aumentar a carga tributária e defendeu a criação de um marco regulatório da terceirização do trabalho. Na questão da flexibilização das leis trabalhistas, o candidato do PSB afirmou que jamais vai discutir a mudança de regras que tira direitos dos trabalhadores. Mas sugeriu a adoção de um modelo tripartite com a participação de empregados, empresa e governo. A minha história não permite tirar direito dos trabalhadores, mas é possível fazer um diálogo tripartite", disse.

Confiança. O candidato considerou que falta confiança no Brasil, especialmente pelo excesso de regulação econômica exercida pelo governo Dilma. "Precisamos passar segurança para o mundo e para o Brasil, uma segurança macroeconômica que valorize o longo prazo, que valorize os contratos. Precisamos de uma governança que tenha símbolos, como os que vêm no nosso plano de governo", indicou./Ricardo Brito, Beatriz Bulla, Daiene Cardoso, Ricardo Della Coletta, Erich Decat, Nivaldo Souza, Bernardo Caram, Lilian Venturini e Vivian Codogno

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