Em giro pelo País, Alckmin reforça laços com cúpula do PSB, agastada com Aécio

Dois dias antes de desembarcar em Recife, na última quinta-feira, 19, o tucano, potencial candidato à presidência na próxima disputa, fez um primeiro afago nos socialistas ao gravar para a campanha de Antônio Campos (PSB), irmão de Eduardo, morto em acidente aéreo em 2014

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Por Erich Decat
Atualização:
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) Foto: Daniela Ramiro

BRASÍLIA - Em meio aos avanços do xadrez eleitoral de 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem reforçado a aproximação com integrantes da cúpula do PSB de Pernambucano, herdeiros políticos do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo na campanha presidencial de 2014.

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Dois dias antes de desembarcar em Recife, na última quinta-feira, 19, o tucano, potencial candidato à presidência na próxima disputa, fez um primeiro afago nos socialistas ao gravar para a campanha de Antônio Campos (PSB), irmão de Eduardo. Antônio disputa o segundo turno do município de Olinda com Professor Lupércio (SD). "[Antônio Campos] é também um homem dedicado à cidade, que conhece as qualidades e as carências de sua cidade. E tem capacidade administrativa para entender e atender as necessidades da população", diz Alckmin no vídeo.

Além do gesto ao irmão de Eduardo Campos, a chegada do tucano em Recife ocorreu num momento em que a relação da cúpula do PSB de Pernambucano com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, está "agastada". Derrotado na última eleição presidencial, o senador mineiro também deve entrar no páreo na próxima disputa de 2018. No entendimento de parte do PSB, o senador mineiro "enrolou" a legenda em Pernambucano na disputa deste ano pelo comando de Recife, ao autorizar apenas na última hora a candidatura de Daniel Coelho (PSDB).

O candidato tucano chegou em terceiro lugar na briga e na avaliação dos socialistas foi o responsável por tirar a reeleição, em primeiro turno, do atual prefeito Geraldo Júlio (PSB). No próximo dia 30, Julio disputará o comando da capital com João Paulo (PT). O fato de Aécio ter declarado apoio aos socialistas após os resultados do primeiro turno é visto como uma ação tardia dentro do PSB.

Em meio à esse clima com o presidente do PSDB, a passagem de Geraldo Alckmin por Recife foi bem recebida por correligionários da legenda. Logo após participar de testes da vacina contra a dengue na Universidade Federal de Pernambuco (UPFE), ele foi recebido pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do poder executivo do Estado. À mesa também estava João Campos, filho de Eduardo Campos.

A movimentação de Alckmin em se aproximar da cúpula do PSB pernambucano também ocorre em meio ao início das discussões internas do partido sobre a disputa pelo comando nacional da legenda, prevista para ocorrer no início do próximo ano. O atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, apesar de ser pernambucano é considerado como "distante" do novo grupo que surgiu após a morte de Eduardo Campos.

A ideia é substituí-lo por algum integrante do Estado assim como diminuir os espaços dos dirigentes eleitos no período em que o País foi governado pelo PT. A nova Executiva do partido será responsável por montar as alianças para a campanha presidencial de 2018. Um dos possíveis cenários avaliados está o de conceder um apoio ao governador Geraldo Alckmin tendo como contrapartida o comprometimento do tucano à candidatura ao governo de São Paulo de Márcio França (PSB), atual vice-governador. 

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