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Em debate, candidato do PT no Ceará anuncia linha de metrô

Camilo Santana (PT) confirma início da operação da Linha Sul do Metrô de Fortaleza após dois anos em 'operação assistida'

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Por Tiago Rogero
Atualização:

A cinco dias do primeiro turno das eleições, o candidato dos irmãos Ferreira Gomes ao governo do Ceará, Camilo Santana (PT), aproveitou o debate da TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo, para anunciar o início da operação comercial da Linha Sul do Metrô de Fortaleza - que funcionava há mais de dois anos em "operação assistida". O anúncio do petista, candidato da situação do governador Cid Gomes (Pros), revoltou a candidata do PSB, Eliane Novais: "Vinha funcionando até hoje de forma assistida, e agora esse anúncio em pleno período eleitoral? Me perdoe, governador Cid Gomes, mas isso não é coisa que se faça". Camilo anunciou a "novidade" em réplica após resposta da deputada estadual, que prometeu, se eleita, concluir o Metrô de Fortaleza. "O Metrô já está funcionando de forma assistida e, a partir de amanhã, vai operar das 6h30 às 19h", anunciou o petista sobre a Linha Sul, que já custou até agora cerca de R$ 2 bilhões e liga a capital à Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza. O projeto, com recursos federais, começou em 1997 e, deste então, triplicou de valor. A "operação assistida" da linha (ou "fase de testes", como descrevia a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, Metrofor), entre 8h e 12h30 de segunda à sexta-feira, durou dois anos e quatro meses. O problema, segundo a Metrofor, era a espera por uma licitação de cerca de R$ 200 milhões num convênio com o governo federal, para implantação de sinalização, ventilação e bilhetagem. O debate mais uma vez foi marcado por ataques entre os dois principais candidatos na disputa: o senador Eunício Oliveira (PMDB), que lidera as intenções de voto, e Camilo, secretário de Desenvolvimento Agrário e depois de Cidades no governo de Cid Gomes. "Espero que eleitor saiba escolher entre o bem e o mal nesta eleição", afirmou o petista nas considerações finais. Já Eunício lembrou dos processos pelos quais o candidato dos Gomes responde pelo chamado "escândalo dos banheiros", um esquema de desvio de recursos públicos da secretaria estadual de Cidades, que deveria ser destinado à construção de banheiros públicos no interior: "Eu jamais fiz qualquer acusação ao candidato Camilo sobre qualquer assunto. Quem fez não fui eu, mas o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado. Quem tem bens indisponíveis não sou eu, mas o Camilo", disse o peemedebista. "Você sabe que eu não tenho anda a ver com isso, só assumi a secretaria seis meses depois", respondeu Camilo. O tema tem dominado não só os últimos debates entre os dois, mas as propagandas eleitorais na TV e nas redes sociais. Em terceiro lugar nas pesquisas, Eliane Novais (PSB) por vezes parecia mais preocupada em falar sobre a candidatura de sua correligionária à presidência, Marina Silva, que sobre a disputa pelo governo estadual. "Marina me representa porque é a cara da superação, e quem passou fome jamais vai acabar com Bolsa Família. Essa maldade do PT não vai 'caber', contrataram mil pessoas, fizeram um 'pool' lá em SP, para denegrir a imagem da Marina", afirmou a deputada estadual. O candidato do PSOL, Aílton Lopes, afirmou que escolher entre Eunicio e Camilo é trocar "uma oligarquia pela outra". "As oligarquias pulam de galho em galho. Você sabe que atual governador já foi aliado de Tasso (Jereissati, do PSDB), e só pula de galho em galho de acordo com as conveniências. Não adianta trocar uma velha oligarquia por outra, votando no Eunício ou no Camilo o eleitor só trocará uma pela outra".Confusão. Antes do debate, militantes de Eunício e Camilo entraram em confronto na Praça da Imprensa, em Fortaleza. Com pedaços de madeira (do suporte das bandeiras) e pedras, os grupos se enfrentaram e o Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha para encerrar o confronto. Pelo menos duas pessoas teriam se ferido. 

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