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Doria se reúne com Haddad nesta sexta para discutir transição na Prefeitura de SP

À rádio 'Jovem Pan', prefeito eleito afirma que atual gestão já lhe enviou orçamento municipal e que quer dar celeridade a propostas que discutiu durante a campanha eleitoral

Por Elizabeth Lopes
Atualização:

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira, 5, que o programa de desestatização que pretende implantar na cidade não é uma medida rápida, porque é necessário respeitar a legislação, mas pretende dar celeridade a essa e outras propostas que discutiu durante a campanha eleitoral. Doria disse que começará a trabalhar em suas propostas de governo nesta sexta-feira, 7, quando se reunirá com o o atual prefeito Fernando Haddad (PT) para discutir o orçamento municipal. Segundo Doria, a atual gestão enviou os dados à sua equipe nessa terça-feira, 4. "A primeira reunião da equipe de transição será feita às 10h dessa sexta-feira, na sede da Prefeitura."

O prefeito eleito, João Doria, concede entrevista exclusiva na sede do Grupo Doria, no Jardim Europa, zona oeste de São Paulo Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Indagado sobre as comparações que estão sendo feitas sobre ele, como por exemplo, de que seria o Donald Trump brasileiro, Doria disse preferir uma comparação com Michael Bloomberg, empresário multimilionário e ex-prefeito de Nova York. Na entrevista, o tucano disse que não vai governar só para quem o elegeu. "Vou governar para todos, quero os jovens na minha gestão, porque será uma administração digitalizada. E a melhor resposta às críticas será feita com o trabalho", destacou, reiterando que vai manter as ciclovias onde elas estão funcionando bem, mas irá revê-las nos locais onde não são utilizadas, como em localidades das zonas leste e sul. "Vamos colocar o setor privado para fazer a manutenção onde elas já funcionam", emendou.

Na entrevista à rádio, Doria voltou a dizer que não será candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo porque é contra esse instrumento. Prometeu permenecer no cargo durante os quatro anos do mandato e frisou que a reeleição se mostrou um instrumento ruim porque a pessoa faz concessões e entrega benefícios políticos para tentar se manter na função após o fim do mandato, em detrimento da boa administração da cidade. Entretanto, não foi enfático ao responder sobre a possibilidade de disputar outros cargos na vida pública, deixando a possibilidade em aberto.

Indagado sobre a redução da velocidade nas Marginais Tietê e Pinheiros, reiterou que vai colocar a medida em prática após assumir o mandato, em janeiro. "Neste momento, nossa decisão em rever a velocidade está mantida, mas não tenho compromisso com o erro", argumentou. E disse que sua gestão vai investir em campanhas educativas. "Haverá fiscalização, mas a volúpia pela multa vai acabar, a guarda civil não vai mais cuidar de multa, ficar em cima de viaduto ou atrás de arbustos multando não, vai proteger a cidade, o patrimônio público e as pessoas."

O prefeito eleito falou de outras prioridades em sua gestão, como na área da saúde e da educação e da venda de bens e patrimônios públicos, como o Autódromo de Interlagos que, na sua avaliação, passará a ser o grande palco de shows abertos na cidade. E disse que sua gestão será favorável aos aplicativos de mobilidade, como o Uber, "mas sem desmerecer os taxistas". Doria disse ainda que pretende adotar o padrão de referência do Poupatempo na gestão municipal. E reafirmou que não quer salário. "Sou um servidor da cidade."