Campinas - A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff evitou comentar nesta quarta-feira, 17, as declarações do seu adversário Aécio Neves (PSDB), que disse na terça que acredita em uma "onda da razão" na reta final na campanha. "Acredito que durante a campanha se faz muito marketing. Não dou atenção para esse tipo de tentativa", disse em Campinas, antes de uma caminhada de campanha.
A presidente reafirmou ainda que tem por princípio não comentar pesquisas. "Eu não comento pesquisa, nem a minha, nem a dos outros", afirmou.
Aécio citou essa "onda da razão" após subir para 19% na pesquisa Ibope divulgada na terça. Segundo o levantamento contratado pelo Estado e pela Rede Globo, Dilma caiu de 39% para 36%, enquanto Marina oscilou de 31% para 30% e Aécio subiu de 15% para 19%.
Dilma participou de comício no centro da cidade, onde reafirmou que a verdade vencerá a mentira nessas eleições. "Tem muito ódio e mentira nessa eleição. "Quando vocês virem mentiras, respondam com a verdade", afirmou, para um grupo de militantes.
De acordo com Dilma, a verdade é "uma só": que o Brasil melhorou nos 12 anos de governos do PT. "Tem gente que só fala e não tem o que apresentar. Nós temos", disse, destacando projetos da administração federal, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Acompanharam a presidente o coordenador estadual da campanha e prefeito de São Bernardo do Campo, no Grande ABC (SP), Luiz Marinho (PT), o presidente estadual do partido, Emídio de Souza, e o economista Márcio Pochmann. O candidato a governador Alexandre Padilha (PT) não compareceu e foi representado pelo candidato a vice-governador Nivaldo Santana (PC do B). Padilha dava uma entrevista ao telejornal SPTV 1ª Edição, na Rede Globo, na capital paulista.
Críticas. Coube a Marinho fazer as críticas mais diretas aos adversários de Dilma. Segundo ele, o que está em jogo nestas eleições é a visão de projetos diferentes para o Brasil. Marinho afirmou que uma das outras propostas de uma gestão que "conhecemos bem, é do governo do desemprego", referindo-se, indiretamente, ao candidato a presidente Aécio Neves (PSDB).
"A outra, que conhecemos de longa data, podemos dizer que de é uma amiga pessoal que se equivocou num período e abandonou o barco", afirmou, referindo-se à candidata Marina Silva (PSB). O coordenador estadual da campanha de Dilma e prefeito de São Bernardo do Campo citou as proposições de Marina de independência do Banco Central (BC) e "enfraquecimento" dos bancos públicos.
Segundo ele, esses projetos resultarão em desemprego. "(Ela) representa a visão dos banqueiros." Marinho disse ainda acreditar que "se fizermos a lição de casa, é possível resolver esta eleição no primeiro turno".