Dilma e Aécio adotam 'passeata cênica' em BH

Candidatos pagam até R$ 1,2 mil por mês para ‘militantes’ encenarem apoio

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

As passagens de Dilma e de Aécio por Belo Horizonte esta semana - a presidente na quarta-feira, 3, e o tucano nesta quinta-feira, 4 - foram marcadas por uma modalidade de campanha que tem sido muito usada em 2014: as passeatas cenográficas. Em vez de seguir o roteiro tradicional e “queimar sola de sapato”, os candidatos participaram de simulações com cabos eleitorais contratados.

Assessores explicaram que mudaram os planos para evitar tumulto Foto: Divulgação

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A reportagem do Estado apurou que, para participar dos eventos, os militantes receberam entre R$ 700 e R$ 1.200 mensais, dependendo da função. Na quarta-feira, a assessoria de Dilma anunciou que ela faria uma passeata num bairro da periferia. Mas, quando a presidente chegou, subiu em uma caminhonete. Assessores explicaram que mudaram os planos para evitar tumulto. Na sequência, a petista e aliados andaram por dois quarteirões acenando para o povo enquanto uma equipe de TV fazia imagens. Após cerca de 15 minutos, a atividade estava encerrada.

No dia seguinte foi a vez de Aécio fazer sua encenação. Com a campanha em crise, decidiu dar uma demonstração de força em BH. O candidato foi recebido em uma praça da cidade com fogos de artifício e cercado por uma claque de cerca de 300 cabos eleitorais, todos uniformizados. Em seguida, houve uma passeata por cerca de quatro quarteirões e terminou no Tênis Clube local, onde centenas de prefeitos e lideranças o esperavam. Durante o trajeto, não havia populares na rua, que estava quase deserta. Tudo foi gravado para ser utilizado nos comerciais de TV, onde um locutor anunciava “grande virada” e criticava as pesquisas “compradas” de opinião.

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