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Dilma afirma não fazer política com ódio, mas promete que não vai ficar de joelhos

Em convenção do PT que confirmou sua candidatura à reeleição, Dilma Rousseff faz referências à disputa com o PSDB; presidente anuncia ‘plano de transformação nacional’, com reforma urbana e dos serviços públicos, como eixo de um novo mandato

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Por Vera Rosa
Atualização:
Dilma na Convenção Nacional do PT para oficializar a candidatura a reeleição no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília Foto: ANDRE DUSEK/ESTADAO

Em convenção marcada por fortes críticas aos tucanos, a presidente Dilma Rousseff foi oficializada ontem candidata do PT ao segundo mandato anunciando um “plano de transformação nacional”, com reforma urbana e dos serviços públicos, como eixo de um novo governo petista. Sob o slogan Mais Mudanças, Mais Futuro, Dilma pediu mais quatro anos de governo para mudar o País e, numa referência ao PSDB, disse que o ódio não vai vencer a disputa.

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“A nossa campanha tem de ser uma festa da paz. Nunca fiz política com ódio. Não tenho rancor, mas não abaixo a cabeça. Não insulto, mas não me dobro. Não agrido, mas não fico de joelhos para ninguém. Não perco meu tempo odiando meus adversários porque tenho um país para governar, um povo para representar, um modelo de emancipação popular para executar e proteger dos que tentam bloqueá-lo”, afirmou Dilma.

A presidente foi aplaudida quando lembrou ter sido presa política. “Mesmo quando tentaram me destruir física e emocionalmente, por meio de violências físicas indizíveis, eu continuei amando o meu país e nunca guardei ódio dos meus algozes. Por isso vencemos a luta pela democracia.”

Antes de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia convocado os militantes do PT a saírem às ruas com “adrenalina” para a defesa da presidente. A oficialização de Dilma como candidata ao segundo mandato, repetindo a dobradinha com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), foi aprovada por unanimidade pela plateia petista, que levantou os crachás. Dilma chamou Temer de “estadista” e disse que, nas dificuldades, ele foi o companheiro de todas as horas.

Em um auditório decorado com imensos painéis com fotos de Lula e Dilma, a presidente pregou o fim dos ataques, embora tenha dado várias estocadas nos tucanos. “Recolhamos as pedras que atiram contra nós e vamos transformá-las em tijolos para fazer mais casas do Minha Casa, Minha Vida. Vamos recolher os xingamentos, os impropérios e as grosserias e transformar em versos de canções de esperança no futuro do Brasil”.

O comitê da reeleição insiste em que os insultos recebidos por Dilma na abertura da Copa, no último dia 12, foram promovidos pela elite. “A nossa campanha precisa ser, antes de tudo, uma festa de alto astral. Abaixo a mediocridade! Abaixo o pessimismo e o baixo astral! Vejam a Copa como está dando uma goleada descomunal nos pessimistas”, destacou a presidente.

Numa referência à imprensa, ela lembrou o mote da campanha de Lula em 2002. “Na eleição do presidente Lula a esperança venceu o medo. Nesta eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação.”

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Os discursos mostraram que a campanha do PT terá um tom mais ideológico, com a defesa enfática do que o PT chama de democratização da mídia, do fim dos monopólios nos meios de comunicação, da taxação das grandes fortunas, de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma política e dos polêmicos conselhos populares. “Digam o que quiserem, o fato é que a entrada da sociedade civil na política é positiva, fortalece a democracia e não tem nenhum sentido ‘bolivariano’ como apregoam”, comentou o presidente do PT, Rui Falcão.

O plano de transformação nacional proposto por Dilma será ancorado pelo mote do “país das oportunidades”. O plano inclui um conjunto de medidas, que, na visão de Dilma, levará o País a um novo ciclo de desenvolvimento. Estão na lista as reformas política, federativa, urbana e de serviços públicos.

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