RECIFE - Embora admita a "perplexidade" que tomou conta do PT pernambucano e da sua militância diante da vitória acachapante do PSB no Estado, o senador Humberto Costa (PT-PE) confia que "em breve" as ruas serão tomadas em favor da reeleição da presidente Dilma."Com todas as condições de vitória", assegurou. Além de ter sido um dos dois Estados brasileiros - junto com o Acre - a dar vitória a Marina Silva, Pernambuco não elegeu um único deputado federal petista.
"A presidente Dilma e o ex-presidente Lula sempre tiveram grandes votações em Pernambuco e relações históricas com o PSB pernambucano", lembrou o senador, confiante em uma reversão do quadro neste segundo turno. Dilma teve 44% contra 48% de Marina. Ele disse que vai trabalhar pelo apoio do PSB - aliado até a eleição municipal de 2012 - e acredita que a presidente Dilma virá mais uma vez ao Estado nesta campanha do segundo turno. "Estamos animados para o segundo turno", assegurou. "Vamos reconstruir o diálogo".
Sob o domínio da comoção da morte de Campos em um acidente aéreo em 13 de agosto, e diante do sentimento de "reconhecimento" ao legado do ex-governador que tomou conta do eleitorado, o PT também não elegeu o candidato ao Senado, deputado federale ex-prefeito do Recife, João Paulo. Foi eleito o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando bezerra Coelho (PSB). "O PT precisa repensar sua estrutura em Pernambuco", prega Humberto Costa.
O candidato derrotado ao governo, Armando Monteiro Neto (PTB), se recolheu nesta segunda-feira pós-eleição. Segundo sua assessoria, está descansando depois da maratona da campanha. Na entrevista antes de se afastar, disse que agora "é olhar para a frente", sem se deter ou avaliar eventuais erros de estratégia que tenham desembocado numa derrota por 1,6 milhão de votos.Sua missão, agora, observou, é fazer oposição nos âmbitos estadual e também municipal - o Recife, é governado por um outro afilhado político de Campos, Geraldo Julio, eleito no primeiro turno de 2012 depois de uma briga interna do PT que levou Campos a romper com o ex-aliado e lançar candidatura própria.
Aliado ao PT, Monteiro Neto deu a largada como favorito. As primeiras pesquisas de intenção de voto, no final de julho, lhe deram 43% (Ibope) e 47% (Datafolha). Ele findou com 30%, enquanto o governador eleito, Paulo Câmara, indicado pelo ex-presidenciável Eduardo Campos (PSB), um técnico desconhecido que iniciou a campanha com pouco mais de 10% da preferência do eleitorado, foi eleito com 68% dos votos.
Menos atingido que o PT, o PTB pernambucano elegeu quatro deputados federais. O PSB elegeu oito.
O governador eleito, ex-secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara, 42 anos, que saiu do anonimato para assumir posição de liderança dentro do PSB pernambucano, passou o dia dando entrevistas a emissoras de rádio e televisão.