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Debate sobre reforma política precisa envolver o Congresso, afirma Temer

Vice-presidente defende bandeira de Dilma, que enfrenta resistência entre integrantes do PMDB, e repete que petista precisará dialogar

Por Rafael Moraes Moura e Dida Sampaio
Atualização:

Brasília - Em meio à resistência do PMDB a uma das principais bandeiras do segundo mandato da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) - a implantação de uma reforma política por meio de um plebiscito -, o vice-presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira, 28, que o tema seja tratado por meio de um diálogo entre Congresso, sociedade e Executivo.

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Após reunião com Dilma no Palácio da Alvorada, Temer também afirmou a jornalistas que o acordo entre PT e PMDB na Presidência da Câmara produziu "bons resultados" para o Congresso e que o tamanho do partido no segundo mandato de Dilma será "compatível" com o tamanho da sigla.

Em seu primeiro pronunciamento após a apuração dos votos, Dilma disse no último domingo, 26, que, entre as reformas que pretende promover agora, "a primeira e mais importante" é a reforma política, compromisso que já constava no seu programa de governo lançado na campanha de 2010. Dilma reiterou a importância de mobilizar a sociedade em um plebiscito, por meio de consulta popular.

Vice-presidente reeleito da República, Michel Temer, deu entrevista após se reunir com Dilma no Palácio do Planalto Foto: Reuters

Após a declaração de Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota em que afirma acreditar que o melhor caminho para tratar do assunto é o Congresso Nacional aprovar a reforma e submetê-la a um referendo popular.

"É preciso dialogar sobre isso, com o Congresso, com a sociedade, evidentemente estamos no começo de tudo. Aliás, nem começo do novo mandato, apenas vencemos as eleições. Haverá, disse a presidente, um grande diálogo no Congresso Nacional sobre esse tema e temos que caminhar juntos nisso: o Congresso, o Executivo e a sociedade brasileira", disse Temer.

Diálogo. De acordo com a vice-presidente, a conversa com Dilma foi para tratar de uma "união nacional em todos os setores brasileiros". "Ela (Dilma) me chamou para conversar sobre esse diálogo nacional que quer realizar, na verdade ela está em busca da união nacional em todos os setores brasileiros e vamos trocando ideia sobre isso. O objetivo é exatamente esse: passado o calor e a paixão eleitoral, fazer uma unidade em todo o país", comentou o vice-presidente.

"Isso significa diálogo, como ela tem repetidamente dito, com todos os setores. Nesse sentido é que trocamos algumas ideias, conversamos um pouco. Evidentemente vou colaborar muito nisso."

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Questionado sobre o tamanho do PMDB no segundo mandato de Dilma, Temer respondeu: "Será compatível com o tamanho do PMDB".

Acordo. O vice-presidente disse que não tratou na reunião com a presidente sobre o acordo entre PT e PMDB quanto à presidência da Câmara dos Deputados. As duas siglas disputam o controle do posto - o PMDB tenta emplacar o deputado Eduardo Cunha (RJ).

"Não tratamos disso, mas em eleições passadas fazíamos um acordo, até escrito, entre PT e PMDB, os dois maiores partidos, e ajustávamos que um biênio era do PT e um era do PMDB. Acho que desta feita talvez também esse fosse o melhor caminho, esse acordo deu certo para o Congresso, deu muita harmonia interna e muita harmonia na relação do Congresso com o Executivo", avaliou o vice-presidente. "O Congresso vai discutir isso, mas eu só recordo esse exemplo porque, volto a dizer, deu bons resultados lá no Congresso."

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