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Convenções inauguram disputas de 2016 e 2018

Haddad, Doria, Russomanno e Erundina oficializam neste domingo candidaturas em São Paulo

Por Pedro Venceslau Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Após um semestre no qual todas as atenções estiveram voltadas para a crise política e econômica, a eleição da maior cidade do Brasil entra em cena neste domingo, 24, com a realização das convenções partidárias que oficializarão os primeiros quatro candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Com a retaguarda de duas máquinas, a Prefeitura e o Palácio dos Bandeirantes, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o empresário João Doria (PSDB) pretendem usar os eventos, que na prática são mera formalidade, para demonstrar força política nacional em uma disputa regional que deve ser fragmentada.

  Foto: NELSON ANTOINE | ESTADÃO CONTEÚDO

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Eles se apresentarão aos eleitores ladeados por seus padrinhos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, respectivamente.

Diante de um cenário de incertezas na economia, partidos políticos fragilizados e na iminência da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, Doria e Haddad representam projetos nacionais de poder.

O tucano não esconde que sua campanha é a porta de entrada de Alckmin na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018. Para viabilizar a candidatura de Doria, o governador antecipou uma disputa fratricida no PSDB e enfrentou abertamente caciques como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, e o ex-governador Alberto Goldman. Esse grupo de “fundadores” do partido apoiou a pré-candidatura de Andrea Matarazzo que, uma vez derrotado, migrou para o PSD.

“A eleição será um debate local, mas seu resultado começará a preparar as novas forças para as disputas nacional e estadual de 2018”, afirma o coordenador da campanha de Doria, Júlio Semeghini.

Para compensar a ausência de alguns dos principais quadros do partido na convenção de Doria, Alckmin convocou governadores e ministros tucanos, além de parlamentares e dirigentes das 12 legendas que compõem a coalizão de Doria, que será a maior da campanha. Essa grande aliança, que foi costurada diretamente pelo governador de São Paulo, garantirá ao empresário o maior tempo de TV no horário eleitoral gratuito de rádio e TV.

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Sobrevivência. A avaliação no PT é a de que a reeleição de Haddad representa a sobrevivência do partido. Não por acaso, a campanha na capital paulista foi escolhida, por meio de uma resolução, como prioridade.

Para o deputado Paulo Teixeira, vice-presidente nacional do PT e tesoureiro da campanha de Haddad, a disputa será o carro-chefe para reposicionar o partido no cenário político nacional. “A campanha em São Paulo é prioritária porque vai contornar a crise que o partido está vivendo e certamente vai inaugurar um novo patamar, qualquer que seja ele”, afirmou. “Será uma batalha pelo resgate da política e do envolvimento das pessoas em torno dela.”

Segundo Teixeira, Lula deverá participar ativamente das ações de rua em São Paulo. Além de Lula, foram convidados o ex-ministro Ciro Gomes e o presidente do PDT, Carlos Lupi, além de lideranças sindicais.

Última hora. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o deputado Celso Russomanno (PRB) pretende apresentar na sua convenção de domingo pelo menos mais um partido em seu palanque, o PSC, que desistiu da candidatura do Pastor Marco Feliciano. Em 2012, Russomanno teve o apoio de quatro legendas – PTB, PTdoB, PRP e PHS.

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O isolamento de Russomanno se deve à possibilidade de sua candidatura ser cassada por causa de condenação pelo crime de peculato. Russomanno foi condenado em 2014 a dois anos e dois meses de prisão. Ele recorreu da decisão, mas, quando assumiu o mandato na Câmara, em 2015, o processo foi remetido ao Supremo Tribunal Federal. “Não trabalhamos com esse cenário. Nada vai impedir a sua candidatura”, diz Aildo Rodrigues, presidente do PRB.

A quarta convenção deste domingo é a da deputada Luiza Erundina (PSOL). Com discurso de crítica à gestão Temer, ela tenta “roubar” votos de eleitores de esquerda que votam no PT. Marta Suplicy (PMDB) e Matarazzo farão convenções na próxima semana.