Os candidatos Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) investiram ontem na defesa do aplicativo de transporte Uber para tentar se diferenciar do adversário Celso Russomanno (PRB), que é crítico ao aplicativo de carona paga.
As campanhas estão avaliando em grupos de pesquisas qualitativas qual foi o impacto da posição de Russomanno sobre o Uber no resultado do último levantamento do Datafolha – ele caiu de 31% para 26% das intenções de voto; João Doria (PSDB) cresceu de 5% para 16%; e Marta passou de 16% das intenções para 21%.
A campanha tucana, porém, já identificou que o aplicativo é aprovado pelos usuários e visto como uma opção de emprego para os motoristas. Em um vídeo postado ontem nas redes sociais, Doria declarou apoio aos “uberistas”. “Não há nenhuma razão para impedir o Uber em São Paulo. Gera emprego, modernidade. Não há como ir contra isso.”
Em comerciais veiculados na rádio, Marta foi na mesma linha. “Quem quer ser prefeito de São Paulo não pode ficar em cima do muro em relação a temas polêmicos. No meu governo, o Uber continuará gerando empregos e sendo mais uma opção para os passageiros”, disse.
A senadora também prometeu retirar todas as taxas que a Prefeitura cobra dos taxistas para que eles possam competir com o Uber.
Concorrência. Questionado se a queda na pesquisa estaria relacionada com seu posicionamento contrário ao uso do aplicativo na cidade, o candidato do PRB afirmou que os adversários e ele estão defendendo uma mesma proposta. “Eles repetem agora o que eu já vinha falando sobre o Uber. Estão todos falando em regulamentação para não ter concorrência predatória”, afirmou.
Em entrevista à rádio CBN na semana passada, porém, Russomanno disse que o Uber está na ilegalidade e que não vai permitir que carros que não tenham placa vermelha, usada pelos táxis, realizem o transporte individual de passageiros na capital paulista.
Ontem, o deputado defendeu uma nova regulamentação. “Nos Estados Unidos, o Uber ofereceu US$ 100 milhões de dólares para acabar com uma ação trabalhista de mais de 370 mil motoristas. Ela não foi aceita. O que está acontecendo lá vai acontecer aqui. Você coloca tanto carro na rua que ninguém mais ganha dinheiro”, afirmou.
Russomanno disse que já esperava a queda no Datafolha, mas culpou o pouco tempo de TV. “Já tínhamos consciência disso. Os outros candidatos têm mais tempo de TV do que eu. Isso é um fator determinante.”