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Com PT ou PSDB, Secretaria de Portos deve acabar

Pasta é mal avaliada tanto pelo governo quanto pela oposição; antes mesmo da eleição, destino de outros ministérios é discutido

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Anne Warth
Atualização:
Dilma e o então secretário José Leônidas Cristino Foto: Domingos Tadeu/PR

Independentemente do resultado das urnas no 2.º turno, o destino de um ministério da área de infraestrutura já está definido. Mal avaliada pelo mercado e pelo próprio governo federal, a Secretaria de Portos (SEP) deve deixar de existir tanto em um novo mandato do PT quanto em uma gestão do PSDB. 

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Com status de ministério adquirido em 2007, a SEP não conseguiu levar adiante o processo de concessões de portos planejado por Dilma e deve voltar a ser uma secretaria do Ministério dos Transportes, caso a presidenta seja reeleita.

Em caso de vitória do PSDB, a pasta seria engolida pelo Superministério de Infraestrutura prometido por Aécio, que reuniria as pastas de Energia, Transportes e Comunicações. O candidato ainda não disse quem poderia ocupar a pasta, que seria responsável por toda a área de logística, mas o nome de seu braço direito, o senador eleito Antonio Anastasia, é um dos mais cotados. Ele também é citado para a Casa Civil. 

Já a permanência do PT no governo não deve trazer grande renovação na área. O atual ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, fez parte da solução de uma relação conturbada entre o Palácio do Planalto e o PR, que culminou com a saída do então ministro César Borges, realocado justamente na pasta dos Portos, em meados deste ano. 

Na Esplanada dos Ministérios circula a informação de que Passos poderia permanecer à frente da área como homem de confiança de Dilma no setor, mas também já se cogita um eventual retorno de Borges ao comando da pasta, pois Dilma dificilmente abriria mão do ex-governador baiano no governo.

Ao contrário da pasta dos Portos, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) conseguiu fazer a concessão de importantes aeroportos, mas seu destino depende do resultado da eleição. Justamente por já ter sido concluída a tarefa mais difícil, dos leilões, o PSDB entende que a secretaria pode voltar a ter um papel mais discreto dentro do Superministério de Infraestrutura. Mas o PT pretende manter a estrutura consolidada da pasta.

O atual ministro da secretaria, Moreira Franco, membro da executiva nacional do PMDB, não esconde o desejo de continuar na equipe em um eventual governo Dilma, mas já confidenciou a amigos a vontade de assumir uma posição com mais destaque, em um ministério maior. 

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Neste caso, o atual secretário-executivo, Guilherme Ramalho, seria o substituto natural. Mas justamente seu perfil técnico pode impedir a sua ascensão, a fim de acomodar outro nome do PMDB na cadeira hoje ocupada por Moreira Franco.

Comunicações. No Ministério das Comunicações, a percepção é de que o tempo de Paulo Bernardo como titular da pasta está chegando ao fim. Ainda que Dilma seja reeleita, a avaliação é de que Bernardo não deve continuar no primeiro escalão.

A necessidade de ajustes mais profundos na economia deve relegar a pasta das Comunicações a um segundo plano em qualquer governo que assuma. Por isso, é possível que o ministério deixe de figurar como um posto estratégico do PT e volte ao balcão de negociação com a base aliada. O plano de universalização da banda larga prometido por Dilma pode dar alguma relevância para a pasta, mas dificilmente já no primeiro ano do novo mandato.

Caso o PSDB seja vencedor na eleição, parte do mercado aposta na volta de Pimenta da Veiga para as Comunicações. Derrotado na disputa ao governo de Minas, o aliado de Aécio poderia ganhar uma nova chance na pasta, que chefiou entre 1998 e 2001. Outro também cotado para voltar à posição é Juarez Quadros, que substituiu Pimenta no fim do governo FHC.

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Energia. O Ministério de Minas e Energia, por sua vez, deve ser alvo de grande disputa na área de infraestrutura em um novo governo Dilma Rousseff. Citado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa como membro do esquema de desvio de recursos da companhia, o atual ministro, Edison Lobão, (PMDB), não deve permanecer no cargo. Seu grupo político, o PMDB do Maranhão, também perdeu força nas eleições. O senador José Sarney se aposentou, a governadora Roseana Sarney desistiu de disputar a reeleição e o filho do ministro, Edison Lobão Filho, perdeu a disputa ao governo estadual no 1.º turno para Flávio Dino (PC do B).

Embora sejam próximos de Dilma, o secretário-executivo Márcio Zimmermann e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, são considerados técnicos e dificilmente assumiriam o cargo, ainda que Zimmermann seja filiado ao PMDB. 

Ganhou força o grupo do PMDB de Alagoas, liderado pelo senador Renan Calheiros. Seu filho, Renan Filho, foi eleito no 1.º turno governador do Estado. Também reeleito, o senador Fernando Collor (PTB) integra o mesmo grupo político e foi presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado. Seu nome, porém, encontra resistência entre os petistas.

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Especialistas em energia e ligados ao PSDB, Adriano Pires e Elena Landau podem a assumir cargos de segundo e terceiro escalão dentro da estrutura de governo tucana. 

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