Celso Russomanno é o deputado federal mais votado do País

Ex-candidato a prefeitura da capital teve mais de 1,5 milhão de votos; Tiririca e Marco Feliciano também têm votação expressiva

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Por RICARDO BRITO E RICARDO DELLA COLETTA
Atualização:
Russomanno recebeu 1,5 milhão de votos Foto: FILIPE SCHMID/SIGMAPRESS

Candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo em 2012, Celso Russomanno (PRB) tornou-se o campeão de votos do País para a Câmara dos Deputados. Ele obteve 1.524.361 votos - 7,26% dos válidos. Embora também tenha alcançado votação expressiva, o palhaço Tiririca (PR) não repetiu o desempenho de 2010, quando foi o mais votado para a Câmara, com 1,3 milhão de votos. Desta vez, Tiririca teve 1.016.796 votos. O terceiro do pódio de deputados federais eleitos para a bancada paulista, formada por 70 nomes, é o pastor Marco Feliciano (PSC), que teve uma tumultuada presidência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara no ano passado, foi o terceiro mais votado no Estado, com 398.087 votos.

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Russomanno não conseguiu bater o recorde histórico de votação de um parlamentar para a Câmara dos Deputados. Em 2002, o ex-candidato a presidente Enéas Carneiro (do extinto PRONA) obteve 1.537.642 votos. Ainda assim, sua votação foi suficiente para levar pelo menos mais quatro parlamentares do partido para Brasília.

Russomanno, que já foi eleito deputado em 2006, apresentou até julho o quadro “Patrulha do Consumidor”, do Programa da Tarde na TV Record. Em 2012, ele concorreu à prefeitura de São Paulo, chegou a ameaçar a polarização PT-PSDB no segundo turno, mas e terminou a disputa em terceiro lugar.

Barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa, o deputado federal e ex-governador paulista Paulo Maluf (PP), de 83 anos, foi escolhido por mais de 250 mil eleitores. Porém, os votos a Paulo Maluf são considerados nulos e só serão validados caso a Justiça libere sua candidatura. Ele espera a análise de um recurso no TSE e pode ir ainda ao Supremo Tribunal Federal para tentar computar os votos.

Feliciano. Vestido de camisa amarela do Brasil, o Pastor Marco Feliciano votou em Orlândia, no Interior. Indagado pelo Estado sobre a expectativa de ser bem votado e a relação disso com a polêmica na época em que ocupou a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, sendo criticado por algumas posturas consideradas homofóbicas, afirmou que a polêmica o ajudou.

"Quero agradecer a mídia e a todo movimento GLBT que me deram de presente esta eleição... A gente esperava uma grande vitória. Não para mim, mas para a família tradicional".

Indagado se acredita que deverá ajudar a arrastar outros candidatos de seu partido com a boa votação que espera, Feliciano foi mais modesto. “Não sei quantos votos vou ter. Mas se tiver um a mais que o suficiente já estará bom”, afirmou. Ainda conquistaram votação importante Bruno Covas (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM). 

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Outros estados. O ex-governador do Mato Grosso do Sul Zeca do PT foi eleito deputado com 12,57% votos válidos. Votações proporcionais expressivas também ocorreram no Rio Grande do Norte. Lá, o filho do ministro da Previdência Garibaldi Alves, Walter, recebeu 12,09% dos votos válidos. No Amazonas, Artur Bisneto (PSDB) tinha 15,13% às 23h27, com 99,94% das urnas apuradas - eram 250.867 votos. Em Roraima, Shéridan de Anchieta (PSDB) foi eleita por 35.555 eleitores, 14,95% dos votos.

No Rio de Janeiro, o deputado Jair Bolsonaro (PP) foi o mais votado, com 464.572 votos (6,1%). Clarissa Garotinho (PR), filha do deputado e candidato derrotado a governador Anthony Garotinho (PR), ficou em segundo, com 335.061 mil votos. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi reeleito com a terceira maior votação - 232.708 votos. Ele é um dos cotados para assumir a presidência da Câmara.

O deputado federal Fraga (DEM) foi reeleito como o mais votado do Distrito Federal. Com 100% das urnas apuradas, o parlamentar obteve 155.056 votos, o que representa 10,66% dos votos válidos. O segundo mais votado na capital foi Rogério Rosso (PSD), que foi governador tampão durante a crise que se abateu na capital do País após o escândalo do mensalão do DEM. Ele alcançou 93.653 votos (6,44% dos votos válidos). 

Na Bahia, o campeão de votos até esta edição ser concluída era o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), irmão do ex-ministro e candidato ao Senado derrotado pelo mesmo partido, Geddel Vieira Lima. Com 99,62% dos votos apurados, Lúcio alcançou 221.902 votos, ou 3,35% do total de votos válidos. 

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