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Candidatos ao governo do Ceará traçam estratégias diferentes para o 2º turno

Camilo Santana (PT) quer recuperar votos na capital; Eunício Oliveira (PMDB) tentará se associar mais a Tasso Jereissati

Por Tiago Rogero , Carmen Pompeu e Especial para o Estado
Atualização:

FORTALEZA - Com a vitória apertada do candidato dos Ferreira Gomes, Camilo Santana (PT), sobre Eunício Oliveira (PMDB) no primeiro turno - com diferença de 60 mil votos num Estado com mais de 6 milhões de eleitores -, os dois candidatos ao governo do Ceará traçam estratégias diferentes para o segundo turno. 

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Apesar de ter vencido na maior parte do Estado (116 das 184 cidades), Camilo quer reverter o quadro na capital, onde Eunício ganhou por mais de 100 mil votos. Já o peemedebista espera conseguir no segundo turno associar mais sua imagem ao tucano Tasso Jereissati - mesmo com a dobradinha no primeiro turno, o resultado de Eunício ficou aquém dos 57,9% que levaram Tasso de volta ao Senado. 

Ambos almejam também os votos dos dois candidatos derrotados no primeiro turno: Eliane Novais (PSB) e Aílton Lopes (Psol) que, somados, tiveram 247 mil votos, mais que o suficiente para confirmar uma eventual vitória de Camilo no segundo turno ou possibilitar a Eunício uma virada sobre o candidato do governador Cid Gomes (Pros). A presidente Dilma Rousseff (PT) deve seguir sendo citada por ambos - embora Tasso já tenha manifestado o desejo de contar com Eunício para fazer campanha para Aécio Neves (PSDB).

O peemedebista afirmou que pretende conseguir o apoio de Eliane e Aílton no segundo turno, mas tais aliança não serão fáceis. Aílton descartou apoiar qualquer um dos dois por representar uma "oposição pragmática" às candidaturas de ambos. Eliane já rechaçou apoio a Camilo, mas também não se manifestou favorável a Eunício: "É muito pouco provável que eu apoie alguma dessas candidaturas, porque elas representam a velha política", disse, no discurso adotado da candidata derrotada de seu partido à presidência, Marina Silva. "Mas isso depende uma conversa nacional", completou, dando esperança ao senador do PMDB. 

Para reverter o quadro na capital, o petista seguirá contando com o apoio ferrenho do governador Cid, do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e do secretário estadual de Saúde, Ciro Gomes, ambos também do Pros. Após ter tirado licença na semana passada para fazer campanha nas ruas por Camilo, Cid informou por meio de sua assessoria de imprensa ter voltado ontem ao trabalho. Mas não teve agenda externa. 

Na capital, Eliane e Aílton também tiveram desempenhos melhores proporcionalmente, em relação ao resultado total no Estado. A deputada estadual (sem mandato a partir de 2015) teve 8,05% dos votos e o candidato do Psol, 6,57%, totalizando 163 mil votos a serem buscados pelos dois concorrentes ainda em disputa.

"Agora é garra, faca nos dentes e mangas arregaçadas", disse Camilo Santana após o encerramento da apuração, "Meu papel agora é unir as famílias cearenses. Não podemos colocar em risco tudo o que o Ceará conquistou". Já Eunício considerou o fato de seu oponente não ter vencido no primeiro turno "uma evidência da inconformidade do povo cearense com o atual governador". Antes da apuração, entretanto, o peemedebista (àquele momento à frente de todas as pesquisas) afirmou nem pensar na possibilidade de segundo turno. "Ficou claro que a população não apoia esse governo".

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Ontem, além de descansar, os candidatos se reuniram com suas coordenações de campanha para planejar e detalhar as estratégias para o segundo turno. Eunício deve ir ainda nesta semana a Brasília se reunir com a direção nacional do PMDB e Camilo participa de encontro na terça-feira, 7, da executiva estadual do PT, em Fortaleza. 

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