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Bolsa Família segura eleitor fiel de Dilma

Beneficiários diretos ou indiretos do Bolsa Família são 23% do eleitorado nacional

Por Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo
Atualização:

A maior vantagem proporcional de Dilma Rousseff (PT) sobre Marina Silva (PSB) é entre os eleitores beneficiários do Bolsa Família - e a diferença está aumentando. Entre eles, do fim de agosto ao começo de setembro, a presidente cresceu de 50% para 57% das intenções de voto na simulação de segundo turno, segundo o Ibope. E Marina caiu de 37% para 32%. Em nenhum outro segmento do eleitorado Dilma abre 25 pontos ou mais sobre a rival.

Os beneficiários diretos ou indiretos do Bolsa Família são 23% do eleitorado nacional. Considerados todos os programas federais - como Prouni, Pronatec e Minha Casa Minha Vida -, a proporção de beneficiários cresce para 37% do total de eleitores. Nesse universo ampliado, Dilma também leva vantagem sobre Marina na simulação de segundo turno, mas a diferença é menor: 48% a 39%.

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Isso porque os outros programas federais não têm o apelo eleitoral do Bolsa Família. Eles são praticamente neutros, ou têm sido até agora. Tanto é assim que Marina teria mais votos do que Dilma entre os beneficiários desses programas se o segundo turno fosse hoje: 47% a 38%. Esses números são muito parecidos com as intenções de voto de quem não recebe nenhum benefício federal. O segundo turno entre esses sem-bolsa está 50% a 34%.

Para sorte de Marina, 63% dos eleitores não se beneficiam nem de Bolsa Família, nem de nenhum outro programa federal. Eles são responsáveis por 7 entre 10 intenções de voto da candidata do PSB no segundo turno. No caso de Dilma, os sem-bolsa representam pouco mais da metade de seus votos. A diferença entre elas diminuiu três pontos em uma semana nesse segmento, mas ainda é de 16 pontos a favor de Marina.

Mentira. Nesta quinta-feira, 4, Marina reclamou do que chamou de “uma mentira que está se espalhando pelo Brasil inteiro” de que, se ganhar a eleição, vai acabar com o Bolsa Família (clique aqui para ler). “Imagina se eu iria prejudicar as pessoas que fazem parte das minhas origens.”

A tática da campanha de Dilma tem sido a de consolidar primeiro os eleitores que já estão mais propensos a votar na petista, como os bolsistas. Deu resultado na semana passada. Dilma cresceu mais entre beneficiários do Bolsa Família do que em qualquer outro segmento do eleitorado, considerada a simulação de segundo turno. Mas isso é insuficiente para ela virar.

Para ultrapassar Marina num eventual segundo turno, a atual presidente precisa, necessariamente, diminuir a diferença que a separa de Marina entre os sem-bolsa. Para isso, a tática do medo é menos eficiente, porque o eleitor tem menos a perder do que aquele que depende do governo para sobreviver.

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O maior capital de Marina é ter personificado o desejo de mudança manifestado por 2 de cada 3 eleitores. Marina tem 54% dos votos mudancistas, contra 30% de Dilma.

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