BRASÍLIA - O projeto de redução da maioridade penal, um dos destaques da proposta sobre segurança defendida pelo candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, não contou com o esforço do ex-governador de Minas quando foi votada neste ano na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Não há registro, nos anais do Senado, de que o presidenciável tenha feito alguma defesa pública da proposta em plenário ou nas comissões.
Em 19 de fevereiro deste ano, a proposta de seu atual vice de chapa, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), foi rejeitada pela comissão por 11 votos a oito. Na ocasião, Aécio deixou a CCJ, único colegiado por onde tramitou a matéria, antes da votação. E, durante o debate, não se manifestou sobre a proposta.
Em nota, a campanha de Aécio admitiu que o senador esteve na sessão, mas teve de se ausentar na hora da votação “em razão de compromissos também referentes à sua atuação como parlamentar”. De acordo com sua assessoria, Aécio não votou, embora tenha orientado os suplentes do PSDB na CCJ a votarem a favor do projeto.
A derrota da proposta foi capitaneada pelo PT, que, na ocasião, contou com o apoio de manifestantes presentes na sessão. Apesar da orientação de Aécio, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) engrossou o coro petista e também votou contra a proposta. O PMDB rachou, dando dois votos a favor e dois contra. O senador Antonio Carlos Valadares (SE), do PSB da hoje candidata Marina Silva, votou contra. Durante a discussão, Aloysio Nunes, que ainda não havia sido escolhido vice de Aécio, chegou a ser chamado de “fascista” por um manifestante, que acabou sendo retirado da sala pela segurança da Casa.Aécio se manteve calado. Na campanha, a petista Dilma Rousseff e Marina se manifestaram contra a proposta.
Nesta quinta, 2, Aécio cancelou a divulgação da quarta parte do programa de governo que trata de educação. O trecho será divulgado nesta sexta-feira. O tucano também promete apresentar as propostas sobre economia. / COLABOROU LUIZ GUILHERME GERBELLI