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Cidade campeã em votos nulos e brancos teve campanha sem propostas no 2º turno

Eleitores de Mauá, na Grande São Paulo, relatam descrença com a política; cidade teve 25,78% de votos nulos e brancos e 22,23% de abstenções

Por Valmar Hupsel Filho
Atualização:

Uma mistura de desilusão generalizada com a classe política e a aversão ao clima de guerra que se instaurou na campanha local fez de Mauá, na Grande São Paulo, a cidade com o maior índice de votos brancos e nulos do País no segundo turno das eleições deste ano. 

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Entre os pouco mais de 174 mil eleitores da cidade que compareceram às urnas, 25,78% anularam o voto ou deixaram a urna eletrônica em branco - outros 22,23% dos eleitores aptos a votar se abstiveram.

A cidade elegeu o candidato do PSB, Átila Jacomunssi, com 64,47% dos votos válidos contra 35,53% do atual prefeito, Donisete Braga (PT). A campanha no segundo turno foi marcada pela ausência de propostas, que deram lugar a trocas de acusações e ações na Justiça entre os candidatos.

Átila Jacomussi (PSB) foi eleito no segundo turno em Mauá, na Grande São Paulo Foto: Reprodução

O jardineiro Marcos Anderson Gonçalves, de 27 anos, disse que, no primeiro turno, votou em um dos candidatos que foi para o segundo, mas no domingo, 30, desistiu de repetir o voto. "Começou aquela briga, com ofensa de todo lado, aí resolvi votar em branco", disse.

O operador de máquinas, Adilson Gomes de Souza, de 53 anos, votou em um candidato que não passou para o segundo turno. E, no domingo, diante da falta de opção para quem entregar seu voto, optou pela ironia. "Fiquei sem opção. Digitei 53 e confirma", disse ele, explicando que era a soma dos números 40 e 13 dos dois candidatos que disputavam o segundo turno.

"A palavra que melhor define o eleitor este ano é descrença", resume o aposentado Dima Gomes da Silva, 62 anos. Ele e a esposa anularam o voto este ano. "Não dá para entregar o voto para quem você não confia. Você vota e aí eles ficam passando bem durante quatro anos e o povo continua esquecido", justificou.

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