Ativistas pró e contra impeachment elegem ao menos 13 candidatos no País

Movimento Brasil Livre (MBL) conseguiu eleger oito dos 45 candidatos que lançou, incluindo prefeito em Monte Sião (MG) e um vereador em São Paulo

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e Sorocaba
Atualização:
Fernando Holiday, um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), se candidatou a vereador pelo DEM em São Paulo. Holiday foi eleito com 48.055 votos, em 13º lugar. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

SOROCABA – Movimentos que atuaram a favor e contra o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) elegeram ao menos 13 candidatos em todo o País nas eleições municipais desse domingo, 2. Os resultados mais expressivos foram conseguidos pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que liderou os protestos pela saída de Dilma e elegeu oito dos 45 candidatos que lançou – um prefeito e sete vereadores. Dos movimentos contra o impeachment saíram 19 candidatos e cinco foram eleitos.

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Apoiado pelos partidos que se opunham ao PT, o MBL tinha como proposta inicial ser um movimento apartidário, mas em 2015 optou por apoiar integrantes que se candidatassem a cargos eletivos. O único candidato a prefeito, José Pocai Junior (PPS), venceu concorrentes do PROS e do PSDB e vai assumir a prefeitura de Monte Sião (MG). 

Em São Paulo, o MBL teve a vitória mais expressiva, com a eleição de Fernando Silva Bispo, o Fernando Holliday (DEM) para a Câmara de Vereadores da capital com 48.055 votos. Holliday fará parte da base de apoio ao prefeito eleito João Dória (PSDB), para quem trabalhou na campanha.

Em Porto Alegre, o MBL lançou dois candidatos a vereador e elegeu Ramiro Rosário (PSDB), com 4.676 votos. No interior gaúcho, foi eleito Leonardo Braga (PSDB) em Sapiranga. No Paraná, o movimento elegeu os vereadores Filipe Barros (PRB), em Londrina, e Homero Marchese (PV), em Maringá. 

No interior São Paulo, Carol Gomes (PSDB) foi eleita em Rio Claro e Marschelo Meche (PSDB) para a Câmara de Americana. O maior revés do MBL foi a derrota de Rubens Nunes, o Rubinho Nunes, do PMDB, candidato a vice-prefeito de Vinhedo (SP). Fundador e uma das principais lideranças do movimento, Rubinho foi vice na chapa de Dario Pacheco, do PTB, derrotado pelo atual prefeito, reeleito, Jaime Cruz (PSDB)

Sâmia Bomfim participou dos projetos contra o aumento da tarifas em junho 2013 Foto: Reprodução

Contra. O Movimento dos Sem-Terra (MST), que lutou contra o impeachment de Dilma e não reconhece o governo de Temer, não lançou candidatos, mas pelo menos 14 postulantes concorreram usando a sigla do movimento. Dois deles se elegeram vereadores pelo PT: Nildo da Silva Souza, o Nildo do MST, em Igrapiúna (BA), e José Francisco Corrêa Neto, o Neto do MST, em Boa Vista do Tupim (BA). 

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) que também esteve à frente de movimentos contra o impeachment, elegeu Sidney Marcos Ramos, o Marcão da CUT, do PT, para a Câmara de Itamaraju (BA). A CUT e o MST reelegeram o prefeito e militante Luciano Duque, em Serra Talhada (PE). 

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A presidente da União Nacional dos Estaduantes (UNE), Carina Vitral (PCdoB) concorreu à prefeitura de Santos (SP) com a bandeira contra o impeachment, mas ficou em segundo lugar no pleito, vencido no primeiro turno pelo tucano Paulo Alexandre Barbosa.

Representante da Bancada Ativista, Sâmia Bomfim (PSOL) fez parte do Movimento Passe Livre (MPL) e se elegeu vereadora em São Paulo com 12.464 votos, em 55º lugar.