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Análise: Dilma revê fórmula adotada pela primeira geração do lulismo

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Por Redação
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O ocaso da carreira política do primeiro presidente da Câmara dos Deputados da era petista no governo federal, João Paulo Cunha (SP), simboliza o encerramento no PT de uma safra de políticos que emergiu ao poder ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e, não fossem os escândalos no primeiro mandato, poderiam ser hoje os principais nomes do partido para disputar as eleições de 2014. João Paulo cumpriu sua função no Legislativo tanto quanto os na época ministros José Dirceu e Antonio Palocci o fizeram no Executivo naqueles anos. Eram a face mais clara do PT recém-chegado ao governo central: pragmático, próximo ao mercado e aberto a composições com adversários de outrora. A fórmula implementada pelo trio mostrou-se bem-sucedida nas eleições presidenciais seguintes, mas, à exceção do poder de Palocci recuperado na eleição de Dilma Rousseff em 2010 e nos primeiros meses do seu governo, o partido já contava com a sua segunda safra de nomes egressos do lulismo. Dilma Rousseff, por razões óbvias, é o expoente desse grupo. No entanto, foi justamente a revisão de alguns desses preceitos durante seu governo que podem ameaçar, a despeito do favoritismo, a manutenção nas eleições deste ano do projeto de poder petista. A relação conflitiva com o setor privado, por exemplo, destaca-se neste rol. Os tropeços neste campo fizeram com que a economia voltasse a ser tema central de uma eleição presidencial após 20 anos. Na política, o que se viu foi o contrário. O excesso de pragmatismo e de composições fez pender para a direita a coalizão governista e permitiu que uma dissidência à esquerda, Eduardo Campos (PSB), se tornasse, com um dígito nas pesquisas, uma ameaça eleitoral.

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