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Análise de TV: Com formato antigo, Record erra na luz

Por Cristina Padiglione
Atualização:

Após três debates que conseguiram promover o olho no olho entre os candidatos à presidência - incluindo o de 1.º turno na Globo, e os dois deste turno, na Band e no SBT -, a Record voltou a posicionar os adversários em púlpitos quase paralelos, separados pelos mediadores. Na percepção do telespectador, a sensação é de retrocesso. Encarar a lente da câmera, em vez de mirar o adversário, inevitavelmente esfria a temperatura do diálogo, por menos diálogo que ali se trave. A conversa adquire contornos mais frios e técnicos.

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Ou nem tão técnicos. A Record errou feio na iluminação, que oscilou durante o programa todo. Em uma única resposta, Dilma ia da palidez à cor parda. Na primeira metade do confronto, o fundo azul mais escuro emoldurou a candidata do PT, o que depois se inverteu para o foco de Aécio, que terminou o programa mais bronzeado do que começou. E se a Record foi a única emissora que conseguiu exibir closes de dois candidatos simultaneamente, com tela dividida, durante a resposta de cada rodada no 1.º turno, a imposição dos marqueteiros ontem falou mais alto e só houve divisão de tela na hora das perguntas.

O cronômetro foi outro fator contraproducente. Em vez de se movimentar de trás para diante, até o zero, o reloginho na tela adotou o ritmo crescente, menos informativo e tenso. A iluminação da Record só não foi pior que o comportamento da plateia, que, não contente em aplaudir seu candidato durante o programa, resolveu vaiar o adversário, no final. Show de auditório é mais civilizado.

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