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Aécio volta a acusar Correios de não entregar material

Candidato do PSDB reafirma que campanha tucana em Minas foi prejudicada pela estatal

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Por Pedro Venceslau , Suzana Inhesta e Marcelo Portela
Atualização:
Aécio tem investido a maior parte de seu tempo em Minas para tentar alavancar a candidatura de Pimenta da Veiga Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Atualizadas às 23h 

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BELO HORIZONTE - O presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves (MG), engrossou as denúncias contra os Correios na tarde desta sexta-feira, 3, ao afirmar que material de sua campanha enviado pela Força Sindical para aposentados em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro não foram entregues aos destinatários. Segundo o presidente licenciado da entidade, deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD), a Força estuda tomar "medidas jurídicas" contra os Correios, além de pedir o "ressarcimento" do pagamento pelo serviço, cujo valor não soube informar.

"A gente mandou as cartas para endereços de pessoas próximas, que nos disseram que não receberam. A gente já esperava isso. Vamos pedir o ressarcimento", afirmou Paulinho da Força, que é aliado formal de Aécio e integra a coordenação política da campanha tucana. "Isso é algo extremamente grave", avaliou Aécio, durante visita à Pedreira Prado Lopes, uma das maiores favelas de Belo Horizonte. 

O PSDB pediu à Justiça Eleitoral que instaure ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) para apurar abuso de poder econômico e político por causa do uso da estrutura dos Correios em benefício da candidatura de Dilma Rousseff. Segundo a campanha tucana, parte de dois lotes de 11,4 milhões de correspondências de Aécio e do candidato da legenda ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, enviados em agosto e setembro não teria sido entregue.

Aécio ainda cobrou de Dilma "explicações" sobre o pagamento de material da campanha petista sem chancela distribuído pelos Correios em São Paulo, conforme mostrou o Estado. Os Correios afirmaram que o serviço foi regularmente contratado e pago à vista pela campanha de Dilma. "Quero dar à senhora presidente da República a oportunidade de prestar esse esclarecimento. Tive o cuidado de examinar a prestação de contas da candidata Dilma Rousseff. E a prestação de contas de 2 de setembro, onde deveriam constar todos os pagamentos feitos até 31 de agosto, não consta nenhum pagamento para a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT)", disparou o tucano.

Aécio tem investido a maior parte de seu tempo em Minas para tentar alavancar a candidatura de Pimenta da Veiga. Pelas últimas pesquisas eleitorais, o tucano tem chance de ser derrotado em primeiro turno pelo ex-ministro Fernando Pimentel (PT). "O Brasil assiste a um vergonhoso vale-tudo para se ganhar uma eleição. E esse vale-tudo infelizmente ameaça chegar a Minas Gerais. Não vamos permitir que esse modo de agir do PT alcance as nossas empresas. Não queremos que a Cemig vire uma nova Petrobrás e que a Copasa vire um novo Correio, com escândalos sucessivos", concluiu.

Marina. Aécio Neves evitou falar sobre uma possível aliança com Marina Silva (PSB), com quem disputa o segundo lugar na corrida presidencial. A união com a socialista no segundo turno foi defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista ao Estado. "Tenho que ter enorme respeito por todas as candidaturas, em especial pela candidata Marina Silva que disputa de forma extremamente competitiva a possibilidade democrática de estar no segundo turno. Só falarei de segundo turno na hora que o resultado for anunciado", disse Aécio.

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E, questionado sobre as declarações dadas por Marina antes do início oficial da campanha, de que o tucano tem "cheiro de derrota", o senador irritou-se. "Não me lembro dessas declarações. Estamos num jogo de alto nível. Vamos elevar o nível também do jornalismo", concluiu.Resposta. Em respostas às acusações, os Correios afirmam que "a participação da empresa no processo eleitoral restringe-se à prestação de serviços, regularmente previstos em seu Guia Comercial Eleições 2014, sempre mediante pagamento e de acordo com as tabelas de preços divulgadas para todo o mercado". Em nota, a estatal diz que desde o início de agosto vem entregando material eleitoral de candidatos e partidos sem chancela ou sem CNJP na chancela, mediante autorização, conforme previsto em norma. Ainda segundo a empresa, partidos como DEM, PDT, PHS, PMDB, PP, PPS, PR, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSL, PT, PT do B, PTB, PTN e PV foram atendidos. "Por fim, reiteramos que não houve prática de crime eleitoral. A entrega de material de campanha de todos os candidatos está sendo realizada dentro do cronograma previsto e amplamente divulgado." 

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