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Aécio cobra posição de Dilma sobre denúncias de Paulo Roberto Costa

Em caminhada na orla de Copacabana, tucano considerou uma 'evolução' a petista admitir desvio de recursos na Petrobrás

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO - Em entrevista antes de iniciar uma caminhada pela orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que a adversária Dilma Rousseff (PT) "evoluiu" ao admitir desvio de recursos na Petrobrás, mas cobrou manifestação da presidente diante das denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa de que o tesoureiro do PT João Vaccari recebia dinheiro do esquema montado na empresa, que envolvia partidos e empreiteiras.

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"É uma evolução, um avanço. Era isso (reconhecer o desvio) que eu cobrava dela (Dilma) em todos os debates. Quando lutamos para a abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), diziam que era um grande factoide. Reconheço que é um avanço da presidente admitir o que aconteceu, talvez um pouco tarde. Não vi até agora manifestação da presidente sobre o fato de o tesoureiro ter recebido (recursos desviados)", afirmou o tucano.

Apesar de as denúncias de corrupção na Petrobrás terem sido tema recorrente de Aécio nos debates, o tucano fez um "convite" a Dilma para que, na última semana de campanha, sejam debatidas ideias e propostas.

"Quero fazer um convite à nossa adversária para que possamos debater propostas, debater o que nos separa. Sou de uma escola política em que as ideias devem brigar, e não as pessoas", declarou o candidato.

Aécio pediu empenho dos aliados na reta final da campanha e acusou o PT de contratar cabos eleitorais no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para espalhar "boatos" sobre o fim do Bolsa Família em caso de vitória do PSDB.

Aécio reuniu para a caminhada em Copacabana o senador eleito José Serra (PSDB-SP), deputados de vários partidos, artistas como Ney Latorraca e Maitê Proença, o técnico de vôlei Bernardinho, o ex-jogador Ronaldo, entre outros.

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O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, é carregado por militantes na Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro Foto: Marcos de Paula/Estadão

Andréa Neves. Na concentração para a caminhada na orla de Copacabana, a irmã do tucano, Andréa Neves, que esteve no centro dos ataques da presidente Dilma Rousseff ao adversário nos últimos dias, fez um desabafo e disse jamais ter visto campanha "com tamanho ódio" quanto a do PT. "É uma luta política covarde e desleal. Dados são alterados sem compromisso com a verdade", afirmou Andréa, que se emocionou e quase chorou em rápida entrevista no Forte de Copacabana, antes da caminhada. "Agora cabe a cada um de nós manter o coração mais firme. Essa campanha com tanta infâmia e calúnia patrocinada pelo PT alerta para o que está por trás disso", disse Andréa. Aécio é acusado por Dilma de ter praticado nepotismo no governo de Minas Gerais ao contratar a irmã e outros parentes. O tucano nega e diz que Andréa fez trabalhos voluntários, sem remuneração. "Não há nepotismo em Minas Gerais. Em mais de 30 anos de atividade política, nunca vi campanha com tamanho ódio e mentira", afirmou a irmã de Aécio. Eleito senador em São Paulo, José Serra (PSDB) veio ao Rio para participar da atividade de campanha na Praia de Copacabana e disse que os adversários "estão aflitos e com muito receio de perder". De acordo com o tucano, em debates futuros Aécio deve seguir o tom da presidente Dilma Rousseff. "Como ele vai se comportar, depende de como o adversário se comporta. Acho que ele deve regular pelo adversário", afirmou o senador eleito. Serra evitou falar das especulações de que pode ocupar o Ministério das Relações Exteriores em caso de vitória de Aécio. "Primeiro temos que ganhar as eleições", desconversou. Sobre as eleições de 2010, quando perdeu a disputa presidencial para Dilma, Serra disse que o cenário era diferente do atual. "Em 2010, o então presidente Lula tinha 87% de aprovação e o sentimento não era de mudança", disse o senador eleito ao chegar a Copacabana.

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