PUBLICIDADE

Adversários atacam Alckmin com crise hídrica e cartel

No debate da Globo, Skaf e Padilha fazem ‘dobradinha’ nas críticas ao governador tucano, que usa perguntas de concorrentes mais ‘amigáveis’ para responder aos adversários diretos

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A cinco dias do 1.º turno, que pode definir a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enfrentou na noite desta terça-feira, 30, no debate da TV Globo, uma série de críticas de quase todos os adversários. O problema da crise hídrica no Estado e o esquema de cartel que atuou nos sistemas de trens e metrô de São Paulo foram as armas mais usadas por Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT), assim como por Gilberto Maringoni (PSOL) e Laércio Benko (PHS).

Logo na primeira pergunta, Alckmin foi questionado sobre doações das empreiteiras CR Almeida, Queiroz Galvão e OAS para sua campanha por Maringoni. O tucano disse que segue a lei e recebe contribuições privadas “como todas” as candidaturas e disse que, com menos partidos, seria possível ter financiamento público. O candidato do PSOL citou as cifras de cada doadora e afirmou que são rés por formação de cartel. “É mentira. Cartel são 13 empresas que nós estamos processando. Nenhuma das três citadas constam da lista”, rebateu Alckmin. As empreiteiras citadas têm executivos denunciados pelo Ministério Público em ação por suspeita de fraude em obras do metrô.

Candidatos ao governo de São Paulo debatem na Globo Foto: Alex Silva/Estadão

PUBLICIDADE

O cartel ainda seria citado por Padilha, em resposta a Skaf a uma pergunta sobre corrupção, tema definido por sorteio. O petista mencionou os “15 anos que o governo do PSDB conviveu com um esquema de corrupção no metrô e nos trens que reduziu em 15 anos a velocidade das obras” e defendeu a criação de uma controladoria-geral nos moldes do governo federal e da Prefeitura. 

A afirmação de “convivência com a corrupção” motivou um pedido de resposta de Alckmin, negado pelo mediador por não ter havido ofensa pessoal. Na sequência, Padilha citou a indicação para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de uma pessoa “nominada nesse esquema”. “É a raposa para cuidar do galinheiro”, afirmou o petista. “Só foi retirado porque a Justiça determinou a retirada.”

Água e vida. A crise hídrica e a saúde também foram temas recorrentes usados pelos adversários do tucano, favorito a ser reeleito já no domingo, para tentar provocar o 2.º turno na disputa. Skaf questionou Gilberto Natalini (PV) logo no primeiro bloco sobre um projeto de 2011 que permitiria o uso de até 25% dos leitos da rede pública para atendimento de clientes de planos de saúde, proposta barrada por decisão judicial, e citou queda no número de vagas de internação entre 2003 e 2013. “Perdemos quase 18 mil leitos”, disse Skaf.

Em seguida, Padilha fez pergunta a Benko dizendo que, “a essa hora”, parte dos espectadores estaria com torneiras secas. Para atacar o tucano, o candidato do PHS citou o pagamento de dividendos da Sabesp a acionistas. “Em vez de culpar São Pedro, vamos fazer parar de chover dólar na Bolsa de Nova York”, disse.

Maringoni e Skaf também usariam o tema para atacar o tucano. “O problema não é a falta de chuva, é a falta de obras. Com obras não falta água nem em áreas no deserto”, disse Skaf.

Publicidade

Defesa. Alckmin aproveitou seus diálogos com Natalini e Walter Ciglioni (PRTB) para defender-se dos adversários e atacar Skaf, por medidas como cobrança de taxas na rede de escolas do Sesi, entidade da qual o peemedebista já foi presidente, e Padilha, por corte de repasses quando o petista era ministro da Saúde.

Em resposta ao candidato do PRTB, Alckmin pediu a “atenção do telespectador”: “Aqui se fala muito mal de São Paulo, inverdades em relação ao governo do Estado e, pelas regras do debate, não tenho como me defender”. Sem citar nomes, o tucano disse que “as pessoas sabem quem convive com a corrupção” e repetiu mais de uma vez que “não vai faltar água em São Paulo”.

Em embate à parte, Maringoni criticou os comentários homofóbicos do presidenciável Levy Fidelix (PRTB), em debate no domingo, na TV Record. “Precisamos acabar com esse resquício conservador no século 21.” Ciglioni defendeu o correligionário. / IURI PITTA, JOSÉ MARIA TOMAZELA e RICARDO CHAPOLA

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.