Mineiridades à parte, a recusa do ex-governador em ser vice de Serra abre um buraco na chapa tucana. É o tipo de alento que a campanha do PSDB precisa, neste momento, para somar à propaganda partidária em favor de seu presidenciável e tentar reverter o crescimento de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto.
O eventual anúncio da chapa Serra-Aécio à esta altura da corrida presidencial poderia criar novo ânimo para a campanha, facilitaria as negociações por mais tempo de TV com outros partidos e ajudaria até na arrecadação de recursos. Além de produzir notícias que seriam favoráveis aos tucanos.
O que se verá é o contrário. Apesar de o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmar que Aécio como vice estava descartado há seis meses, a expectativa era outra. No lançamento da pré-candidatura de Serra, Aécio foi o principal coadjuvante. O beijo recebido do presidenciável, a foto de ambos lado a lado sorrindo e sua declaração de que era um soldado do partido ajudaram a criar a esperança da tal chapa puro-sangue.
Mesmo que encontre um bom candidato a vice, no próprio partido ou entre os aliados, o PSDB dificilmente conseguirá o mesmo impacto que obteria com Aécio. Ou seja, o saldo será negativo.