Esses sinais de alerta foram compreendidos, ao menos em parte, pela cúpula do partido e do governo. A reação tem sido reforçar as ações governamentais nas áreas onde o petismo é mais forte há pelos menos uma década: periferias das grandes cidades e pequenas cidades do interior.
É para o interior que devem ir os médicos estrangeiros e os que queiram se formar daqui para frente. É na periferia que vive a população que mais anda de ônibus.
Isso significa também confrontar a classe média tradicional, que, por vários motivos, tende a não aprovar esse tipo de ação.
O cenário político e eleitoral que se está montando como reflexo das manifestações juninas e a subsequente reação da opinião pública e do governo é o de uma polarização social mais aguda. O PT vai tentar se abrigar junto ao eleitorado pobre e emergente, enquanto a oposição disputa a classe média politicamente órfã.
Nesse cenário, é muito provável que novos conflitos ocorram - ideológicos e físicos. Mais cinzeiros voarão da sacada para a rua, como aconteceu no sábado no Copacabana Palace no Rio. A diferença é que é capaz de a rua devolvê-los em dobro.
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