Marta Suplicy (PMDB) de um lado, João Doria (PSDB) de outro e Celso Russomanno (PRB) no meio, tirando voto de ambos. Esse é o confronto que está se armando, depois do início da propaganda eletrônica. A ex-prefeita tem 35% dos votos da zona petista, igual fatia à de Russomanno. Fernando Haddad (PT) conquistou apenas 10% desse eleitorado pobre e periférico, por ora.
Já na área central, tradicionalmente antipetista, Russomanno também tem 35%, Doria chegou a 26% e Marta tem 16%. Isso significa que os três devem adaptar suas estratégias para atacar uns aos outros e tentar rearranjar os votos entre eles. Se essa batalha a três se confirmar, o petista pode ganhar um refresco nos debates e, com muita sorte, ensaiar reação. É duro, porém.
Haddad é o primeiro candidato do PT em três décadas a ir melhor (ou menos pior) na zona antipetista (55% de seus eleitores) do que na petista. Isso se deve à alta desaprovação do atual prefeito na zona periférica que sempre votou no PT: 69%. Como consequência, ele se tornou o candidato mais rejeitado entre todos - inclusive no reduto eleitoral histórico de seu partido.
Nada menos do que 47% dos eleitores da zona petista dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Marta, Doria e Russomanno têm menos rejeição do que Haddad nessas áreas periféricas da cidade: 23%, 20% e 18%, respectivamente. A eleição só vai se decidir na última semana, mas a missão de Haddad é muito mais difícil do que a de seus concorrentes diretos. (JOSE ROBERTO DE TOLEDO, DANIEL BRAMATTI)